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Nações Unidas organizam marcha pelo fim da violência contra mulheres BR

Nações Unidas organizam marcha pelo fim da violência contra mulheres

Atriz Kim Cattrall, modelo Naomi Campbell e cantora Monique Coleman participam da caminhada na véspera do Dia Internacional da Mulher; um terço das mulheres no mundo já sofreu abuso dos parceiros.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas promovem esta sexta-feira a segunda “Marcha em Março”, pelo fim da violência contra as mulheres. A iniciativa marca o Dia Internacional da Mulher, comemorado no sábado.

O ponto de partida da marcha é a sede da ONU, em Nova York. Participam da caminhada a atriz Kim Cattrall, que ganhou fama ao interpretar Samantha Jones na série “Sex and The City”, a modelo Naomi Campbell e a cantora Monique Coleman.

Parceiros

A mulher do Secretário-Geral, Ban Soon-taek, também estará no evento, ao lado de outras ativistas e personalidades da política e da cultura, pedindo mais conscientização sobre a violência de gênero.

Segundo dados da ONU, um terço das mulheres no mundo já sofreu abusos ou maus-tratos de maridos, namorados ou parceiros. A representante especial do Secretário-Geral da ONU sobre Violência Contra Crianças destaca que a violência doméstica precisa sair da esfera privada.

Apoio

Marta Santos Pais declarou à Rádio ONU que em muitos países, a taxa de mortalidade materna está ligada aos abusos físicos que ocorrem dentro de casa. 

“Infelizmente a violência continua sendo extraordinariamente invisível. Acontece na privacidade da família. A mulher e a criança são as primeiras vítimas. Todos os dias são importantes, mas este dia é particularmente simbólico para recordamos que, muitas vezes, as vítimas não têm força, nem coragem, nem apoio, para contarem a sua história, para pedir ajuda. E do lado de fora, muitas vezes nós estamos tão apressados no nosso cotidiano que acabamos por não dar atenção a quem precisa de ajuda.”

Impactos

Sobre o assunto, o presidente do Banco Mundial declarou que a violência doméstica “é uma ofensa” e por isso, deve ser uma questão pública. Segundo Jim Yong Kim, a falta de atenção adequada ao problema passa a mensagem de que as mulheres têm menos valor e poder do que os homens.

O chefe do Banco Mundial afirma que a violência doméstica gera impacto na vida das vítimas, nas suas famílias e também na economia.

Segundo Kim, a estimativa é de que a perda da produtividade causada pela violência doméstica seja equivalente ao que muitos governos gastam com educação primária.

Entre as ações do órgão para mudar o cenário, o Banco Mundial cita um empréstimo concedido ao Estado de Pernambuco, de US$ 500 milhões. A meta é promover a autonomia financeira das mulheres e treinar 2 mil trabalhadores de saúde sobre questões ligadas ao gênero.