Coordenador alerta para possível colapso do Sudão do Sul, após conflito
Chefe da área humanitária sublinha que facto pode ser consumado até ao fim deste ano; na sede da ONU, Toby Lanzer disse que veio sensibilizar as lideranças da organização e aos doadores internacionais.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Sudão do Sul pode entrar em colapso até ao fim do ano se não forem tomadas medidas urgentes para ajudar a superar a atual crise, apontou o coordenador humanitário das Nações Unidas no país.
Em declarações às Nações Unidas, em Nova Iorque, Toby Lanzer disse que veio à sede da organização para dar testemunho da gravidade da situação aos altos funcionários da ONU e aos países doadores.
Desespero
O responsável disse que o impacto da violência é ilustrado nas vidas destruídas, no encerramento de mercados e na destruição dos meios de subsistência que caracterizam o que chamou de momento de desespero.
Lanzer considera necessário um cessar-fogo funcional para os civis no terreno. O acordo viria a permitir a sua movimentação e o exercício das suas atividades diárias.
Conflito
Na semana passada, Lanzer percorreu áreas do país onde há três meses iniciou o conflito entre forças leais ao governo e aos rebeldes liderados pelo ex-vice-presidente Riek Machar.
As Nações Unidas dizem que milhares de pessoas morreram e 870 mil foram deslocadas desde o eclodir do conflito em meados de dezembro. Destas, cerca de 77 mil pediram a proteção nas instalações da ONU.
Medo
Lantzer disse que as pessoas não podem voltar para a casa e estão com muito medo e não têm para onde ir, ao lembrar o receio de dezenas de milhares de sul-sudaneses com novos combates no estado do Alto Nilo.
Conforme realçou, há relatos de mortos como resultado dos pesados confrontos que afetaram igrejas e hospitais da capital do estado Malakal.