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ONU dedica 2014 aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento

ONU dedica 2014 aos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento

Lançamento de Ano Internacional marcado por pedidos de atenção para  50 milhões que habitam no grupo de nações;  São Tomé e Príncipe quer  mitigação de efeitos das mudanças climáticas para impulsionar economia.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A Assembleia Geral das Nações Unidas lançou, esta segunda-feira, o Ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

No evento, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon disse que a observância reflete uma crescente compreensão de que as necessidades especiais do grupo de países devem ser tratadas de uma forma coletiva.

São Tomé e Príncipe

Falando à Rádio ONU, à margem do evento, o embaixador de São Tomé e Príncipe junto das Nações Unidas lembrou dos desafios do arquipélago. Carlos Neves disse que a área das águas territoriais são-tomenses é 160 vezes maior do que o espaço terrestre.

“Se nós conseguirmos desenvolver ações para que essas alterações climáticas e tudo o que resulta à sua volta possa ser mitigado, isso iria permitir que a nossa economia, paulatinamente, se torne um pouco mais sustentada. Neste momento, não temos essa capacidade. Falo especialmente de São Tomé e Príncipe, mas os projetos que estão a ser definidos quer do turismo, da agricultura e da segurança alimentar poderão nos próximos anos permitir que o país de torne uma economia com alguma sustentabilidade.”

De acordo com o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, cerca de 50 milhões de pessoas vivem nos estados insulares do grupo.

Mudanças Climáticas 

No seu discurso, Ban Ki-moon disse que apesar de alguma estabilidade vários países do grupo ainda estão em transição. Apontou ainda a fragilidade económica e a extrema vulnerabilidade aos efeitos imediatos das mudanças climáticas.

Em relação aos desafios do seu afastamento, o chefe da ONU disse que este dificulta a sua capacidade de integrar a cadeia de abastecimento, no que aumenta os custos de importação, especialmente para a energia. O factor também limita a sua competitividade na indústria do turismo.

Caraíbas

Para o Pnuma, entre os impactos das alterações climáticas estão a destruição de ganhos da infraestrutura e do desenvolvimento devido aos ciclones tropicais mais fortes.

Entre as mais violentas manifestações do género, foram citadas as tragédias do Haiti, em 2004 e 2008, e outras ocorridas no mesmo período em países caribenhos como Granada e Cuba.

A adaptação às alterações climáticas é vista como uma prioridade na região, onde a subida dos níveis das águas do mar causaria danos em torno de US$ 187 mil milhões até 2080.

*Apresentação: Denise Costa.