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Falta de alimentos afeta 43 milhões no Oriente Próximo e norte de África

Falta de alimentos afeta 43 milhões no Oriente Próximo e norte de África

Conflitos e crescimento da população lideram causas do problema;  Por outro lado, FAO diz que obesidade afeta quase um quarto dos habitantes.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Cerca de 43,7 milhões de pessoas estão subnutridas no Oriente Próximo e Norte da África, revelou esta segunda-feira a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.

A cifra corresponde a um em cada dez residentes da área, onde mais de 24,5% de crianças  menores de cinco anos são raquíticas devido à subnutrição crónica.

Progressos

A informação consta de uma avaliação apresentada no início da conferência Regional da agência, onde foi destacado que o valor continua elevado apesar dos progressos.

Os motivos vão desde os conflitos, o rápido crescimento populacional, a urbanização e uma forte dependência da importação de alimentos. O conjunto de fatores é tido como  um sério desafio para a segurança alimentar.

Metas 

A Argélia, a Jordânia e o Kuwait são os que conseguiram reduzir para a metade a percentagem da população que passa fome crónica, que integra o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio.

Já países como Iraque, Sudão, Síria, Cisjordânia e Faixa de Gaza e Iémen salientam o facto de conflitos e guerras civis continuarem a ser o fator determinante para a insegurança alimentar nos últimos anos.

No grupo de nações, 6,3 milhões de pessoas precisam de assistência alimentar e agrícola de forma sustentada, refere a FAO.

Obesidade

O outro perigo identificado na área é a obesidade, que afeta quase um quarto dos habitantes. O valor reflete o dobro da média mundial e o triplo da taxa de obesidade dos países em desenvolvimento.

Entre os desafios para a segurança alimentar também estão as mudanças climáticas e as doenças animais.

A FAO recomenda aos governos que invistam no aumento da produtividade, particularmente para os pequenos produtores. Mais recursos também são necessários para áreas como infraestrutura rural, meios de transporte e formação para apoiar programas para facilitar o acesso ao crédito e aos serviços financeiros.

*Apesentação: Denise Costa.