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ONU aprova resolução que exige abertura para auxílio humanitário na Síria

ONU aprova resolução que exige abertura para auxílio humanitário na Síria

Organização estima que 200 mil pessoas estejam isoladas em áreas controladas pelo governo e outras 45 mil em regiões ocupadas pela oposição; documento, aprovado por unanimidade, lembra proibição do uso da fome como método de combate.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho de Segurança aprovou, este sábado, uma resolução que exorta a todas as partes do conflito sírio a levantar imediatamente o cerco às áreas povoadas no país.

De forma unânime, os 15 Estados-membros exigem que seja permitida a prestação de auxílio humanitário incluindo assistência médica, e que se deixe de privar os civis de alimentos e de medicamentos indispensáveis para a sua sobrevivência.

Sofrimento

Na reunião, o Secretário-Geral Ban Ki-moon disse que caso a resolução seja implementada deverá aliviar o sofrimento dos civis.

O chefe da ONU afirmou que o documento não deveria ser necessária pelo facto de a assistência humanitária não se negociar. Ban disse que esta deve ser permitida no âmbito do Direito Humanitário. Para o responsável, o mais chocante é que o cerco de civis é usado como tática de combate, quando 200 mil pessoas estão em áreas controladas pelo governo e outras 45 mil sitiadas em partes ocupadas pela oposição.

Locais Sitiados

O documento especifica locais isolados na cidade velha de Homs, Alepo além de áreas rurais da capital Damasco incluindo Yarmouk.

O órgão classifica como inaceitável a escalada da violência que provocou a morte de mais de 100 mil pessoas, incluindo mais de 10 mil crianças, durante os cerca de três anos de confrontos entre forças do governo e da oposição.

Acordo

A resolução exige que as partes permitam a evacuação imediata, rápida, segura e sem obstáculos de todos os civis que queiram sair dos locais cercados, ao ressaltar a necessidade de um acordo sobre as pausas humanitárias.

O texto menciona que mais de 3 milhões de pessoas estão em áreas de difícil acesso. Outros 2,4 milhões fugiram para os vizinhos Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito.

Para o órgão, tal entendimento deve prever dias de tranquilidade, cessar-fogo localizado e tréguas para permitir o acesso seguro e irrestrito das agências humanitárias a todas as áreas afetadas. O Conselho lembra ainda a proibição, pelo Direito Internacional Humanitário, do uso da fome como método de combate

Rotas Diretas

Aos envolvidos no conflito, e particularmente às autoridades sírias, o documento quer que permitam o “ acesso imediato, rápido, seguro e sem obstáculos para as agências humanitárias das Nações Unidas e os seus parceiros.”

As vias destacadas incluem linhas de conflito ou através das fronteiras, para que seja garantido que a ajuda humanitária chegue às pessoas necessitadas através da maioria das rotas diretas.