Irão executou pelo menos 80 pessoas este ano, diz escritório da ONU
Dados revelam escalada de execuções contra presos políticos e membros de etnias minoritárias; no ano passado, estima-se que 500 pessoas teriam sofrido a pena.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Pelo menos 80 pessoas foram executadas no Irão em pouco mais de sete semanas, revelou o Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
Uma nota emitida, nesta sexta-feira, menciona também dados do que chama “fontes confiáveis” a indicar que durante o período teriam ocorrido até 95 execuções.
Limite
A entidade manifesta profunda preocupação com o aumento do tipo de pena desde o início deste ano.
A maioria das execuções deve-se a infrações relacionadas com drogas, que o escritório considera que no Direito Internacional não fazem parte dos “crimes mais graves” para os quais está prevista a aplicação da pena de morte.
Sem revelar números, o escritório aponta para vários executados secretamente, além de pelo menos sete pessoas que sofreram a pena em público.
Comunidade Árabe
Em relação às execuções secretas, a preocupação do escritório é com dois membros da comunidade árabe Ahwaz, sentenciados pelo que se considerou “inimizade contra Deus.”
O escritório afirmou que as penas alegadamente cumpridas em janeiro teriam resultado de um processo que não cumpria normas internacionais de “um julgamento justo” e dos direitos civis e políticos.
Minorias
A escalada de execuções, que inclui a morte de presos políticos e de indivíduos pertencentes a grupos étnicos minoritários, foi significativa no segundo semestre de 2013, refere a entidade da ONU.
Durante todo o ano passado, estima-se que 500 pessoas teriam sofrido a pena, com 57 casos ocorridos em público.