Apelo por ações contra violência, após morte de deputado centro-africano
Na capital Bangui, parlamentar teria sido baleado após discursar contra hostilidades; União Interparlamentar fala de pelo menos 11 mortos em incidentes separados neste fim de semana.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A União Interparlamentar, UIP, pediu esta segunda-feira que haja maior proteção dos deputados na República Centro-Africana. O apelo seguiu-se ao assassinato, neste sábado, do deputado Jean-Emmanuel Ndjaroua na capital Bangui.
Presume-se que a vítima tenha sido baleada por atiradores, ao chegar à casa após ter-se pronunciado contra a violência numa reunião especial do Conselho Nacional de Transição, NTC. O órgão assumiu as funções de parlamento desde que foi dissolvido em 2013.
Muçulmanos
A entidade internacional diz que, um dia antes de seu assassinato, o representante da região oriental de Haute Kotto condenou publicamente a violência contra muçulmanos do seu bairro.
De acordo com a nota, dois filhos do malogrado também foram assassinados há duas semanas.
Esforços
A UIP alerta para pelo menos 11 mortos em incidentes separados, durante o fim de semana, como parte da violência inter-religiosa entre a maioria cristã e muçulmanos acusados de ligações com os ex-rebeldes Séléka.
Ao primeiro-ministro André Nzapayeké, a UIP pede ação com vista a intensificar os esforços do governo para pôr fim à violência sectária que deslocou cerca de um quarto da população centro-africana.
Proteção
A UIP apela que cesse a violência e que seja dada proteção aos membros do NTC “para que garantam que o órgão legislativo possa operar e ajudar à população.”
Como sinal claro de que a violência não ficará impune e que existe um esforço para deter os autores, a entidade pede ainda que “os responsáveis sejam encontrados e possam prestar contas.”