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Ao sugerir metas globais focadas em conflitos, enviada destaca África

Ao sugerir metas globais focadas em conflitos, enviada destaca África

Representante especial do Secretário-Geral da ONU nos Grandes Lagos apresenta proposta, esta semana, em Nova Iorque; Mary Robinson diz que Metas do Milénio refletiram pouco o tema da violência.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A enviada especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a região africana dos Grandes Lagos defende que haja maior foco na prevenção da violência e dos conflitos na próxima agenda de desenvolvimento.

Falando à Rádio ONU, em Nova Iorque, Mary Robinson, disse que os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, cujo prazo expira no próximo ano, não abordaram a questão de forma suficiente.

Governação

Para a representante, deve haver foco na cooperação, na paz e segurança além do Estado de direito e na boa governação nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a serem implementados depois de 2015.

Os outros aspetos a serem considerados nas novas metas são a “gestão de recursos naturais e a cooperação entre países de regiões onde ocorrem conflitos”, com vista ao desenvolvimento total do seu potencial.

Desenvolvimento

Nesta semana, a enviada deve apresentar as propostas na sede das Nações Unidas. O local acolhe uma reunião do Grupo de Trabalho sobre Cooperação, Paz e Segurança e Estado de Direito e Boa Governação.

Robinson defende que não pode haver paz sem desenvolvimento. Como exemplo citou o facto de países em conflito não irem a tempo de cumprir as Metas do Milénio. Entre eles mencionou os casos do Sudão do Sul, da República Democrática do Congo e da República Centro-Africana.

Líderes

Para a enviada o desenvolvimento relaciona-se com a garantia de uma paz durável. A expectativa é que o assunto seja levado a líderes globais no encontro sobre a RD Congo, a realizar-se a 23 de setembro à margem dos debates da Assembleia Geral.

A antiga presidente irlandesa disse que com vários líderes africanos devem ser reafirmados os compromissos de eliminação do que chamou de “forças negativas a atuar no país.”