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FAO adverte para “grande crise de segurança alimentar” no Sudão do Sul

FAO adverte para “grande crise de segurança alimentar” no Sudão do Sul

Agência prevê que vítimas da situação possam aumentar em cerca de metade; ciclo agrícola foi interrompido após deslocamentos provocados pelo conflito; outros fatores incluem colapso de mercados e crise de infraestrutura.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, estima que até 7 milhões de pessoas estejam em risco de insegurança alimentar no Sudão do Sul.

Neste momento, cerca de 3,7 milhões enfrentam o problema, a nível agudo ou de emergência, na mais nova nação do mundo.

Alimentos e Nutrição

A agência da ONU advertiu, esta quarta-feira, para o que chamou de grande crise de deverá abranger as áreas alimentar e nutricional.

A FAO lembra ainda que o Sudão do Sul foi palco de uma das maiores operações humanitárias do mundo, antes do início dos confrontos entre o governo e os rebeldes há seis semanas.

A chefe da agência no país declarou que a situação está a agravar-se rapidamente devido ao conflito. Para Sue Lautze os mercados entraram em colapso, a infraestrutura está danificada além da fuga dos comerciantes estrangeiros.

Mercados

Por outro lado, os corredores de abastecimento de bens básicos foram interrompidos pela violência. As populações rurais não podem transportar os produtos agrícolas, o gado ou o peixe para venda nos mercados.

A agência precisa de US$ 77 milhões para prestar auxílio alimentar e garantir meios de subsistência para a população afetada pela crise gerada pela subida dos preços dos alimentos básicos e a sua escassez.

Sobrevivência

Espera-se que 545 mil famílias beneficiem de apoio de emergência nos estados mais afetados. As medidas devem ser acompanhadas pela proteção à produção alimentar em áreas menos afetadas.

O plano da FAO prevê ainda a oferta de kits emergenciais de sobrevivência como sementes de culturas alimentares e ferramentas básicas. Por outro lado, devem ser entregues sementes de hortaliças e ferramentas básicas, kits de pesca e para os que lidam com a saúde animal nas comunidades.

Plantio Comprometido

As ações fazem parte  do apelo de US$ 1,27 mil milhões lançado, esta terça-feira, por agências da ONU e ONGs. O objetivo é cobrir as necessidades humanitárias urgentes no primeiro semestre de 2014.

O conflito iniciado em dezembro provocou a fuga de mais de 870 mil sul-sudaneses das suas casas. Devido ao deslocamento, o ciclo agrícola foi interrompido e prevê-se um agravamento da insegurança alimentar, caso seja perdida a temporada de plantio a iniciar em março.