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Especialista da ONU quer pesquisa sobre tráfico humano nas Seychelles

Especialista da ONU quer pesquisa sobre tráfico humano nas Seychelles

Relatora aponta depoimentos do negócio ilegal aliado à exploração sexual; relatório sobre a situação do arquipélago deve ser analisado pelo Conselho dos Direitos Humanos.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A relatora especial contra o Tráfico Humano chamou a atenção para a necessidade de uma recolha de dados sobre o fenómeno no arquipélago africano das Seychelles.

Joy Ngozi Ezeilo declara que devem ser apuradas as tendências, as formas e as manifestações da prática, bem como as suas causas e consequências. As declarações foram feitas no âmbito da preparação do relatório sobre o país, a ser apresentado no Conselho dos Direitos Humanos em junho.

Organizações

Para a especialista, o estudo deve envolver instituições de pesquisa, a atuarem em cooperação com a sociedade civil e organizações religiosas.

Ezeilo disse que a dimensão potencial do problema e as suas tendências parecem subestimados ou desconhecidos. Para ela, é necessária investigação pelos órgãos governamentais e de aplicação da lei.

Fluxo de Turistas

De acordo com as autoridades, apenas 14 das 115 ilhas do arquipélago seriam habitadas. A especialista aponta para o grande fluxo de turistas e trabalhadores migrantes.

Com base em depoimentos informais recolhidos na sua recente visita ao país, a especialista destaca o potencial de transformação das Seychelles num destino tanto para o tráfico como para a exploração sexual.

Além do perigo de envolver raparigas da Europa do Leste, cita a hipótese deste vir a ser um local de exploração laboral de trabalhadores migrantes. Os seus países de origem incluem a Índia, a China, o Sri Lanka, o Bangladesh, as Filipinas, o Quénia e o Madagáscar.