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ONU relembra sofrimento de milhões de judeus mortos no Holocausto BR

ONU relembra sofrimento de milhões de judeus mortos no Holocausto

Ban Ki-moon diz que organização foi fundada para prevenir repetição “deste tipo de horror”; Steven Spielberg participa, na sede, da cerimônia do Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto. 

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Os cerca de 6 milhões de judeus mortos pelo regime nazista são homenageados pelas Nações Unidas esta segunda-feira, Dia Internacional em Memória às Vítimas do Holocausto.

A Assembleia Geral faz uma cerimônia especial, com a participação do diretor de cinema Steven Spielberg, que também criou a Fundação Shoah, logo após lançar o filme A Lista de Schindler.

Para observar a data, a ONU e o Museu Estadounidense Memorial do Holocausto estão divulgando o documentário “A Trajetória do Genocídio Nazista”, que está sendo exibido em vários países. A TV Brasil transmitiu o filme na noite de domingo,  no programa DOC Especial.

Auschwitz

O Secretário-Geral da ONU visitou o campo de Auschwitz em novembro do ano passado e afirma ter sido um momento inesquecível. Numa mensagem, Ban Ki-moon relembra ter visto “o que restou da horrível máquina do genocídio”.

Ele cita os locais onde “judeus, povos roma e sinti, homossexuais e pessoas com deficiência passaram seus últimos dias nas condições mais brutais”.

O Secretário-Geral destaca que a ONU foi fundada para prevenir que este tipo de horror voltasse a acontecer. Mas Ban Ki-moon lamenta que tragédias em “Camboja, Ruanda e Srebrenica mostrem que o veneno do genocídio continua escorrendo”.

Dignidade

Ban espera que os povos do mundo unam forças neste Dia Internacional numa “jornada por um mundo digno e igual para todos”.

A alta comissária para os Direitos Humanos também divulgou uma mensagem em memória às vítimas do Holocausto. Navi Pillay sugere a “todos os que negam a existência do genocídio, são anti-semitas ou não têm tolerância racial, religiosa e étnica”, que visitem um campo de concentração nazista.

Segundo Pillay, que também esteve em Auschwitz, é “humilhante e angustiante a experiência de sentir a frieza do mal e da enorme tragédia que atravessou paredes e terrenos” do campo.

Crimes de Guerra

A alta comissária destaca que ainda hoje, pessoas são perseguidas e discriminadas por sua raça, religião, origem, orientação sexual ou posição política. Ela cita a situação na Síria, na República Centro-Africana e no Sudão do Sul.

Por isso, Navi Pillay diz ser preciso “parar de fechar os olhos para os sinais alarmantes das sérias violações aos direitos humanos”, independente de onde ocorrem.

A alta comissária afirma que por enquanto, resta honrar milhões de pessoas assassinadas por outros seres humanos, que utilizaram a propaganda e a política do ódio para justificar tais crimes de guerra.