Perspectiva Global Reportagens Humanas

Sudão do Sul: acordo é apenas um passo no processo para garantir paz

Sudão do Sul: acordo é apenas um passo no processo para garantir paz

Declaração foi feita pelo Conselho de Segurança em reação ao cessar-fogo assinado pelo governo e pela oposição nesta quarta-feira, em Adis Abeba; órgão promete apoio para investigar abusos cometidos no conflito.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho de Segurança apelou à aplicação imediata e integral do acordo do cessar-fogo no Sudão do Sul. A medida é considerada um primeiro passo de um longo processo para assegurar uma paz durável e o Estado de Direito no país.

Em nota, o órgão diz  que as causas do conflito devem ser abordadas através de um diálogo político inclusivo e abrangente, da reconciliação nacional e da construção de instituições estatais eficazes.

Sequelas

Agências humanitárias também reagiram ao pacto assinado, nesta quarta-feira, sob a mediação da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, com o apoio das Nações Unidas.

Em Genebra, a porta-voz do Programa Mundial da Alimentação, PMA, disse que as sequelas do conflito devem durar.

Elisabeth Byrs considerou importante notar que as necessidades humanitárias vão continuar por muito tempo, após o fim dos confrontos. Ela considerou preocupantes o acesso humanitário e a pilhagem de estoques de comida, após lembrar que foram perdidos alimentos suficientes para mais de 220 mil pessoas durante um mês.

Violência

As instalações da ONU no país abrigam 73 mil dos cerca de meio milhão de deslocados sul-sudaneses. Mais de 100 mil fugiram para os países vizinhos.

Além de enaltecer o papel de mediação do Igad, os 15 Estados membros do Conselho de Segurança saudaram os esforços para facilitar a libertação dos detidos e assegurar a sua participação num diálogo político inclusivo.

Abusos

O órgão enaltece também a decisão do Conselho de Paz e Segurança da União Africana com vista a criação de uma comissão para investigar violações e abusos de direitos humanos.

A promessa feita pelo Conselho é que a comunidade internacional e a missão da ONU no país vão contribuir para apurar os abusos cometidos durante conflito iniciado em meados de dezembro.