Ban saúda “boa notícia” de cessar-fogo no Sudão do Sul
Representantes das partes do conflito assinaram documento que prevê o cessar-fogo em 24 horas; PMA anuncia doações online para vítimas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Secretário-Geral da ONU disse estar muito animado com o que considerou “boa notícia” sobre o acordo de paz para o Sudão do Sul.
O documento, que prevê o fim de confrontos em 24 horas, foi assinado na noite desta quinta-feira num hotel da capital etíope, Adis Abeba. Os representantes do governo do presidente Salva Kiir e do seu antigo adjunto, Riek Machar, devem voltar a encontrar-se a 7 de fevereiro.
Mortos e Deslocados
Estima-se que os confrontos, iniciados em meados de dezembro, tenham feito mais de 1 mil mortos, mas organizações humanitárias dizem que este pode ser muito maior. O conflito provocou quase meio milhão de deslocados.
Ban disse esperar que o acordo de paz também ofereça boas oportunidades para o país, tendo realçado o sofrimento a que os sul-sudaneses foram sujeitos.
O chefe da ONU falava da cidade suíça de Davos, no lançamento da iniciativa Desafio Fome Zero das Nações Unidas.
Participação
Para atingir o desfecho, o processo de diálogo teve a intervenção da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad, composto por países da África Oriental. Ban destacou ainda a participação ativa das Nações Unidas.
A notícia surgiu no dia em que o Programa Mundial de Alimentação, PMA, anunciou uma página da internet para doações financeiras com vista a comprar comida para centenas de milhares vítimas dos combates no Sudão do Sul.
O novo recurso faz parte de uma grande operação de emergência para três meses, orçada em cerca de US$ 58 milhões.
Apoio
O PMA diz ter em conta o aumento do número de deslocados internos e que, além de alimentos básicos, planeia conceder suporte nutricional especializado às crianças e suas mães, considerados os mais vulneráveis no tipo de crise.
No terreno, as vítimas estão abrigadas em acampamentos improvisados e em instalações da ONU. A agência também presta assistência a mais de 86 mil refugiados do confronto que cruzaram a fronteira para os vizinhos da Uganda, Etiópia, Sudão e Quénia.