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Brasil: Solução para Síria foi minada por inércia do Conselho de Segurança BR

Brasil: Solução para Síria foi minada por inércia do Conselho de Segurança

Representante do Itamaraty, embaixador Eduardo dos Santos disse que apenas a diplomacia poderá levar ao fim da crise; ele pediu ainda embargo de armas eficiente e abrangente.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O representante do Brasil na Conferência Genebra 2 iniciou seu discurso no evento, em Montreux, afirmando que a resolução para o conflito sírio foi “por muito tempo” minada pelo que chamou de “paralisia do Conselho de Segurança”.

Falando em inglês, o secretário-geral do Itamaraty, embaixador Eduardo dos Santos, disse que enquanto esteve no Conselho de Segurança como membro rotativo, entre 2010-2011, o Brasil tentou minimizar o sentimento de falha, que segundo ele só reforça a necessidade para reforma do órgão da ONU.

Casa de Milhões

O embaixador disse que o país valoriza a diversidade cultural sendo a casa de milhões de pessoas que vieram do Oriente Médio.

Eduardo dos Santos afirmou que somente a diplomacia pode levar ao fim do conflito, classificado por ele de uma das tragédias mais sangrentas do século 21.

Ele lembrou ainda que foi a diplomacia que levou à adoção do Comunicado de Genebra em 2012, que pede uma equipe executiva de transição para resolver o conflito sírio, de forma inclusiva, e com representação de mulheres no processo de decisão.

Oportunidade

Eduardo dos Santos chamou a atenção ainda para o papel da diplomacia no acordo sobre destruição de armas químicas na Síria.

O embaixador brasileiro disse que a reunião de Genebra é uma oportunidade para a comunidade internacional apoiar um processo de resolução do conflito liderado pelos sírios.

Ele encerrou o discurso sugerindo uma série de medidas para a produção de um acordo de paz, entre elas a imposição de um embargo de armas eficiente e abrangente.

O embaixador brasileiro afirmou ainda que não haverá solução para o conflito enquanto ambos os lados continuarem recebendo recursos e armas do exterior.

O Brasil foi o único país de língua portuguesa convidado para Genebra 2 ao lado de cerca de outras 40 nações.