OIT diz que desemprego global atingiu 202 milhões em 2013
Relatório da Organização Internacional do Trabalho mostrou que a Ásia foi a região que mais contribuiu para o aumento do número de desempregados; resultado indica que contratações não estão expandindo rápido o suficiente para cobrir o crescimento do mercado de trabalho.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Internacional do Trabalho, OIT, afirmou que o desemprego global atingiu 202 milhões de pessoas no ano passado, 5 milhões a mais do que em 2012.
Segundo o relatório “Tendências do Emprego Global 2014”, lançado esta segunda-feira, o resultado indica que a criação de novos empregos não está expandindo rápido o suficiente para acompanhar o crescimento do mercado de trabalho.
Ásia
A OIT disse que a Ásia foi a região que mais contribuiu para o aumento dos desempregados, seguida da África Subsaariana e da Europa. Do lado oposto, ficou a América Latina, responsável por apenas 1% do número total dos que perderam o trabalho em 2013.
O relatório alerta que se a situação atual continuar, o desemprego global deve passar dos 215 milhões até 2018.
Durante este período, a OIT calcula que o mundo vai criar 40 milhões de novos empregos por ano, menos do que os 42,6 milhões necessários para absorver os que entram no mercado.
Jovens
Segundo o documento, os jovens vão continuar sendo particularmente atingidos pela fraca recuperação econômica mundial. As estimativas da OIT mostram que no ano passado 74,5 milhões de jovens entre 15 e 24 anos, não tinham emprego.
A OIT explica que a média do tempo que a pessoa fica desempregada aumentou consideravelmente, mais um sinal da lenta criação de novos postos de trabalho.
Nas economias avançadas, por exemplo, o relatório diz que o tempo de desemprego dobrou em comparação ao período antes da crise. Na Grécia, a média chega a nove meses sem trabalho, e na Espanha oito meses.
Nos Estados Unidos, o desemprego de longo prazo, mais de 180 dias, atinge 40% dos que estão buscando uma ocupação.
Autônomos
O documento fala ainda dos chamados empregos vulneráveis, ocupados por autônomos ou os que têm um negócio de família. Esse grupo corresponde a 48% do total de empregos e registrou um aumento de 1% no ano passado.
Além disso, a OIT cita as pessoas que estão abaixo da linha da pobreza. Em 2013, o relatório disse que 375 milhões de trabalhadores, 11,9% do total, ganhavam menos de US$ 1,25 dólar por dia, quase R$ 3.
O número de trabalhadores que ganham menos de US$ 2,00 por dia é mais do dobro, 839 milhões ou 26,7% do total.
Apesar de altos, a OIT lembra que esses são bem menores do que o registrado no ano 2000. Naquela época eram mais de 600 milhões ganhando US$ 1,25 dólar por dia e mais de 1,1 bilhão recebendo US$ 2,00 pelo mesmo período.
Trabalho Informal
O relatório diz ainda que o número de trabalhadores informais continua alto e muito difundido nos países em desenvolvimento. No leste europeu, esse tipo de emprego atinge 20% do total. Na América Latina, o índice chega a 70%, principalmente na região andina e central.
Mas a situação chama mais atenção no sul e sudeste da Ásia, onde o emprego informal chega a 90%.
Para atacar o problema, a OIT sugere a criação de políticas macroeconômicas favoráveis aos empregos. O relatório diz que a rápida recuperação do mercado de trabalho global está sendo contida pelo déficit de demanda.
Os especialistas afirmam que o panorama de empregos pode melhorar significativamente se houver uma reforma das políticas econômicas e um aumento nos salários dos trabalhadores.