PMA alerta para falta de comida na República Centro-Africana
Estradas e rotas bloqueadas causam dificuldade na entrega de alimentos à população; Pnud faz apelo à comunidade internacional para evitar o aumento da pobreza no país.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, alertou que precisa de US$ 551,3 milhões, para fornecer ajuda a 1,9 milhão de pessoas na República Centro-Africana.
O último relatório do Ocha sobre o país mostrou uma piora da crise humanitária e a necessidade urgente de assistência para salvar vidas.
Esforços internacionais
Segundo a agência da ONU, o número de deslocados internos chegou a 902 mil, mais da metade deste total está em Bangui, a capital.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, fez um apelo para que a comunidade internacional ajude a evitar que o conflito deixe um legado de mais pobreza no país.
O Pnud alertou que a emergência humanitária na República Centro-Africana pode ser apenas a “ponta do iceberg” a menos que sejam feitos esforços para lidar com a crise.
Calcula-se que 2,2 milhões de pessoas, quase metade dos 4,6 milhões de habitantes do país, precisem de ajuda humanitária.
Crianças
A República Centro-Africana é o quinto país mais pobre do mundo, com uma expectativa de vida de 49 anos.
A mortalidade materna chega a 890 para cada 100 mil nascimentos e o índice de mortalidade infantil, de crianças com menos de cinco anos, é de 16%.
A violência afetou a situação económica de 96% de toda a população centro-africana.
Comida
A fome também é uma preocupação da ONU. O Programa Mundial de Alimentos, PMA, disse que está a ter dificuldade para levar comida aos necessitados.
Segundo o PMA, por causa da violência motoristas de centenas de veículos que levam ajuda humanitária estão parados na fronteira entre a República Centro-Africana e Camarões.
As autoridades disseram que várias estradas e rotas utilizadas para o envio dos alimentos estão bloqueadas por causa dos confrontos.
O PMA alerta que a suspensão da entrega de comida pode aumentar ainda mais as tensões na região, principalmente no aeroporto de Bangui, onde mais de 100 mil pessoas procuram refúgio.
*Apresentação: Denise Costa.