Navi Pillay deplora assassinatos e execuções na Síria
Alta comissária para os Direitos Humanos aponta relatos envolvendo grupos armados da oposição e fala sobre execuções em massa, que podem ser consideradas crimes de guerra.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A alta comissária para os Direitos Humanos, Navi Pillay, alertou, nesta quinta-feira, para a ocorrência de assassinatos e de execuções ilegais levados a cabo por grupos armados da oposição síria.
Navi Pillay disse que os atos violam o Direito Internacional Humanitário e podem ser “considerados crimes de guerra”.
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Falando a jornalistas, em Genebra, o porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU, Rupert Colville, disse haver aparentemente um padrão para as execuções ocorridas quando os grupos se sentem ameaçados.
Colville, explicou que as vítimas eram prisioneiros, pessoas que foram capturadas e executadas.
O representante disse que os atos também ocorrem após a expulsão desses grupos de outras áreas, quando uma parte ou mesmo todos os prisioneiros são vítimas.
Ao falar sobre Alepo, Culville destacou que um hospital infantil da cidade teria sido usado como base que e durante a disputa entre grupos da oposição aparentemente teriam sido executadas pessoas em número considerável.
Sucessão
Os relatos recebidos nas últimas semanas destacam uma sucessão de execuções em massa de civis e de combatentes que já não estavam a participar em hostilidades.
Além de Alepo, as cidades apontadas pelos atos atribuídos a grupos armados de oposição de linha-dura incluem Raqqa e Idlib, no norte do país.
A alta comissária reiterou o apelo a todas as partes envolvidas no conflito sírio para o tratamento das pessoas sob custódia de forma humana, além da libertação de todos os que estão privados de liberdade em violação do Direito Internacional.
Brahimi
Num outro desenvolvimento, o representante conjunto das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria lamentou o anúncio da ausência de um dos grupos da oposição da delegação para a Conferência de Genebra 2. O encontro decorre no próximo dia 22.
Em comunicado, Lakhdar Brahimi disse ter mantido uma conversa telefónica e com o líder do Comité de Coordenação Nacional Hassan Abdel-Azim, a quem transmitiu o seu sentimento, apesar de respeitar a decisão.
Brahimi disse estar confiante na continuação do trabalho do grupo com vista ao retorno da paz no país e ao advento de uma “Síria nova e democrática”.