República Centro-Africana perante “risco de novos ataques e violações”
Alerta foi feito pela Alta Comissária para os Direitos Humanos; informe sobre o país deve ser analisado na próxima segunda-feira, em Genebra.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Pelo menos 40 pessoas foram assassinadas na capital centro-africana, Bangui desde a última sexta-feira, revelou o Escritório de Direitos Humanos da ONU.
Em relatório, a alta comissária para a área, Navi Pillay, alerta que a segurança continua muito instável e perigosa no país com riscos de novos ataques e de violações massivas dos direitos humanos.
Relatório
Na próxima segunda-feira, o Conselho de Direitos Humanos deve ter o informe completo sobre a situação.
Falando à Rádio ONU de Bangui, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef disse que atenção especial está a ser canalizada para os menores, que compõem 2,3 milhões dos carentes de assistência.
Violência
Kent Page contou que as crianças da República Centro-Africana são vítimas de tiros e de ataques com granadas ou machetes. Devido à violência, a maioria não frequenta a escola há mais de um ano. O porta-voz afirma que a agência trabalha “contra o relógio” para atender os menores.
O relatório do Escritório aponta para “graves violações dos direitos humanos” dos civis. O documento preliminar faz menção a assassinatos extrajudiciais bem como à violência sexual, mutilações, desaparecimentos forçados e estupros.
Represália
Entre os assassinatos extrajudiciais na capital, constam episódios ocorridos a 5 e 6 de dezembro. Um ataque coordenado por forças anti-Balaka, de maioria cristã, fez vítimas mortais das forças ex-Séléka e civis muçulmanos.
Na represália dos rebeldes ex-Séléka, vários civis foram executados, incluindo homens e meninos.
Entre a ação de agências humanitárias, contam as do Programa Mundial de Alimentação, PMA, que anunciou que pretende recolher fundos para atender 1,25 milhão de pessoas nos primeiros oito meses desde ano.
* Apresentação: Eleutério Guevane.