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Ban: “situação na Síria e Sudão do Sul foi de mal a pior” BR

Ban: “situação na Síria e Sudão do Sul foi de mal a pior”

Secretário-Geral citou também crise na República Centro-Africana e afirmou que milhões de civis estão pagando o preço por tragédias que poderiam ser evitadas; ele disse que uma geração de jovens está em risco.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, alertou que a situação na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro-Africana foi de mal a pior.

Ban fez a declaração esta sexta-feira durante sua primeira entrevista do ano a jornalistas na sede da organização, em Nova York.

Risco

Ele afirmou que milhões de civis estão pagando um preço caro por tragédias que poderiam ser evitadas.

O chefe da ONU se mostrou alarmado com a disseminação da animosidade sectária e com o perigo das repercussões desses conflitos na região e no resto do mundo.

Ban afirmou que por causa dessas crises, anos de progresso e uma geração de jovens estão em risco.

Ele explicou que as Nações Unidas estão fazendo o máximo para minimizar o sofrimento e fornecer ajuda de emergência aos necessitados.

Ajuda Humanitária

O Secretário-Geral lembrou que a assistência humanitária representa apenas uma parte da resposta da organização. Segundo ele, a comunidade internacional deve se unir para ajudar esses países a encontrar o caminho da paz.

Ban afirmou que o mundo deve enviar uma forte mensagem deixando claro que os responsáveis por assassinatos, estupros, ataques com armas químicas e outras atrocidades serão levados à justiça.

Crises

Sobre a Síria, o Secretário-Geral disse que os convites para a Conferência Genebra 2, que começa em 22 de janeiro, já foram enviados.

Ele fez um apelo para que as partes em conflito e os países que têm influência sobre eles, trabalhem por uma solução política e pacífica para a crise.

Ele disse que a ONU, junto com a Organização para a Proibição de Armas Químicas, Opaq, vai finalizar o processo de eliminação do programa de armas químicas da Síria.

Ban Ki-moon quer avançar com os planos de um mundo livre de armas nucleares.

No caso do Sudão do Sul, Ban saudou as negociações em Adis Abeba, capital da Etiópia, para pôr um fim ao conflito no país. Ele afirmou que não deve haver mais nenhum atraso para um acordo que acabe com as hostilidades.

Para o chefe da ONU, a crise no Sudão do Sul só será resolvida quando os dois lados envolvidos no conflito sentarem à mesa de negociações.

Em relação à República Centro-Africana, Ban afirmou que a comunidade internacional deve fortalecer a missão liderada pelos países africanos. Além disso, deve também fazer o máximo para restaurar a lei e a ordem para evitar que a violência se espalhe para outras nações.

O Secretário-Geral falou ainda que 2014 será o ano em que a ONU apoiará o povo do Afeganistão nesse período de transição. Vai também apoiar israelenses e palestinos para que eles alcancem um progresso concreto na solução do conflito.

Progresso

O Secretário-Geral afirmou que está determinado a fazer de 2014 um ano de progressos para as pessoas e para o planeta.

Segundo ele,  este deve ser um ano para se intensificar os esforços diplomáticos, combater a pobreza e agir contra a mudança climática.

Apesar das crises, o chefe da ONU disse que 2014 traz grandes oportunidades para se construir um mundo mais seguro, mais justo e mais próspero.