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Unmiss exige fim dos saques e outras violações no Sudão do Sul BR

Unmiss exige fim dos saques e outras violações no Sudão do Sul

Chefe da Missão da ONU afirmou que situação é inaceitável; Hilde Johnson pediu ao líder das forças de oposição, Riek Machar, que devolva o material levado, inclusive veículos da organização.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Missão da ONU para o Sudão do Sul, Unmiss, exigiu o fim dos saques e outras violações no Sudão do Sul.

A chefe da Missão e enviada especial do Secretário-Geral para o país, Hilde Johnson, pediu ao líder das forças de oposição Riek Machar que dê ordem para que seus seguidores parem com essas práticas.

Devolução

Johnson quer ainda que Machar devolva todo o material saqueado, inclusive 20 carros da ONU e de agências humanitárias confiscados nas cidades de Bor e Bentiu. Além disso, ela pediu que o grupo respeite as operações de ajuda das Nações Unidas.

Ao mesmo tempo, a chefe da Unmiss criticou ações das tropas do governo sul-sudanês para impedir os trabalhos da missão.

Johnson afirmou que autoridades do governo estão atrasando ou impedindo a entrega de suprimentos de emergência para os mais necessitados, para os hospitais e para as forças de paz.

Segurança

As agências da ONU estão preocupadas com a segurança e o bem-estar dos mais de 231 mil deslocados no país.

Segundo cálculos do Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, 43 mil sul-sudaneses fugiram para o Quênia, Uganda, Sudão e Etiópia. Pelo menos 60 mil pessoas buscaram refúgio em 10 bases da ONU espalhadas pelo Sudão do Sul.

A porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Marixie Mercado, disse esta sexta-feira que a principal prioridade da agência é a segurança e o bem-estar de mulheres e crianças, que representam a maioria dos deslocados.

Mercado afirmou que são terríveis as condições nos acampamentos para deslocados em Juba, a capital do país. Segundo ela, o Unicef está preocupado com os locais onde o acesso é restrito por causa dos intensos combates.

Sarampo

A porta-voz alertou que os deslocados necessitam desesperadamente de alimentos, água e serviços de saneamento básico. Já foram registrados casos de sarampo em acampamentos em Juba e Bentiu.

A campanha de vacinação contra sarampo e pólio já conseguiu atingir 30 mil crianças com menos de 15 anos somente na capital do país. A Organização Mundial da Saúde espera alcançar mais 37 mil em Bentiu e Awerial.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, informou que a situação está piorando. Os confrontos entre forças do governo e da oposição se espalharam por sete dos 10 estados no país.

A ONU fez um apelo de US$ 166 milhões, quase R$ 400 milhões, para fornecer assistência no Sudão do Sul até março.