Lagarde: “mulheres podem desbloquear potencial económico do Mali”
Na visita que efetua ao país, diretora executiva do FMI também pediu mais investimento público e para o setor privado; Christine Lagarde recorda robustez no crescimento nos anos anteriores à crise maliana.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A diretora executiva do Fundo Monetário Internacional, FMI, pediu que a prioridade da agenda política do Mali seja eliminar os obstáculos para a participação das mulheres na atividade económica.
Christine Lagarde considerou que o grupo é a “chave para libertar o potencial do país”, ao discursar nesta quinta-feira, na capital maliana Bamako, na conferência do Conselho Económico, Social e Cultural.
Crescimento
Conforme referiu, experiências do órgão revelam que uma distribuição mais equilibrada da renda gera um crescimento maior e mais sustentado, além da estabilidade económica.
Em meados de dezembro, o país realizou eleições legislativas, as primeiras após o golpe de Estado militar ocorrido há dois anos. A ação foi acompanhada por combates entre rebeldes tuaregues e forças governamentais.
Renda
Lagarde disse que o Mali elevou a renda de várias famílias rurais com a expansão agrícola dos últimos anos, mas não teve o mesmo ritmo na renda urbana. A recomendação é que haja uma partilha mais ampla dos benefícios do crescimento na economia.
Os países em que as mulheres são vítimas de atitudes e obstáculos que Lagarde chamou desatualizados, tendem a ter menor renda per capita que chega a rondar os 27%.
Setores Público e Privado
A responsável pediu também maior atenção para o setor público, com investimento maior e um espaço fiscal mais amplo para acomodar gastos.
Para o setor privado pediu condições adequadas para que assuma um papel de motor do crescimento, que implica uma melhoria no ambiente de negócios.
Crescimento
Entre 2001 e 2011, o Mali registou uma taxa de crescimento em torno dos 5,5%. O valor estava acima da média de 3,9% dos outros membros da União Económica e Monetária da África Ocidental, Uemoa.
Ainda nos dez anos anteriores à crise política, as autoridades malianas foram salientadas pelo cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.