Refugiadas sírias participam de peça de teatro sobre tragédia grega
Segundo o diretor Omar Abu Saada, as 24 jovens não tinham nenhuma experiência no meio artístico; apresentação ocorreu na capital da Jordânia, Aman.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Dezenas de refugiadas sírias foram atrizes em uma peça de teatro do diretor Omar Abu Saada, baseada em uma tragédia grega escrita há 2,4 mil anos.
A peça “As Troianas” foi encenada no Centro Nacional para Cultura e Artes, na capital da Jordânia, Aman. Segundo o diretor, que também é sírio, a boa recepção do espetáculo gerou planos para uma versão cinematográfica.
Experiência
Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, as 24 mulheres levaram para o palco um pouco de sua experiência pessoal com a guerra civil na Síria.
A peça “As Troianas”, escrita por Eurípedes em 415 A.C., trata a perspectiva feminina com o fim da guerra de Tróia. O diretor Saada escolheu fazer uma versão porque a peça fala dos efeitos da guerra sobre as mulheres e o papel feminino nessas situações.
Estudante
O Acnur destaca que as refugiadas recitaram cartas que elas escreveram sobre sua experiência na Síria e como foi fugir do conflito. Uma das atrizes da peça, Reem Shariff, de 22 anos, comparou Tróia com sua cidade natal, Damasco. A jovem refugiada deixou sua casa e a faculdade de engenharia na capital síria e buscou abrigo na Jordânia há um ano.
Segundo o diretor da versão, a maioria do elenco de “As Troianas” não tinha nenhuma experiência com teatro e algumas não tinham nem ido ao teatro antes do convite para participar da peça.
O Acnur destaca que todas as atrizes receberam um pequeno salário e foram convidadas para estrelar no filme, que começa a ser produzido na Jordânia até o fim do ano.