Conselho de Segurança analisa situação na República Centro-Africana nesta segunda-feira
Relatório do Secretário-Geral deve dominar encontro à porta fechada; reunião vem na sequência da autorização da missão para conter o ciclo de violência; segundo agências de notícias mais de 1 mil morreram desde 5 de dezembro em Bangui.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A situação na República Centro-Africana é analisada, nesta segunda-feira, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas em reunião à porta fechada.
Durante a sessão, os 15 países-membros devem, igualmente, debater o relatório do Secretário-Geral sobre o país africano.
Confrontos
Nas vésperas do encontro, agências humanitárias consideraram dramática a insegurança que tem causado dificuldades no auxílio aos mais de 935 mil deslocados pela violência.
A crise centro-africana agravou com a erupção de confrontos armados entre as forças ex-Séléka, de maioria muçulmana, e as milícias anti-Balaka, tidas como de maioria cristã.
Somente na capital, Bangui, estima-se que morreram mais 1 mil pessoas e que metade da população da cidade tenha abandonado as suas casas desde 5 de dezembro.
As agências consideram necessárias mais tropas e uma coordenação operacional eficaz por parte da força de paz da União Africana, Misca, que se prevê que venha a completar 6 mil soldados com a chegada de novos contingentes.
Direitos Humanos
Em dezembro, o Conselho de Segurança autorizou o envio da missão para “conter o ciclo de violência e de abusos dos direitos humanos.”
Os tumultos iniciaram há um ano com uma ofensiva dos Séléka, que forçaram o presidente François Bozizé a fugir em março passado. O país é agora administrado por um governo de transição encarregue de restaurar a paz e abrir caminho para eleições democráticas.