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ONU pede calma no Camboja após policiais terem matado quatro grevistas BR

ONU pede calma no Camboja após policiais terem matado quatro grevistas

Relator sobre os direitos humanos no país asiático pediu investigação do incidente com trabalhadores de uma fábrica de roupas; é a terceira vez que a polícia abre fogo contra manifestantes desde julho passado; greve é por aumento salarial.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O relator especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no Camboja fez um apelo por calma no país, nesta sexta-feira.

Em comunicado, Surya Subedi pediu moderação após a polícia militar ter matado quatro trabalhadores de uma fábrica de roupas.

Legalidade

Essa é a terceira vez, desde as eleições de julho de 2013, que a polícia atira contra multidões causando mortes.

Subedi afirmou que está “profundamente preocupado com os últimos confrontos no Camboja.”  O relator pediu às autoridades que mantenham a calma com relação aos manifestantes. Segundo ele, o uso da força tem que obedecer os princípios da legalidade e da proporção.

Para o especialista em direitos humanos, as autoridades têm que conduzir uma investigação rápida e independente para apurar se houve o uso excessivo da força nesse incidente e nas outras duas ocasiões.

Confrontos

Segundo agências de notícias, os policiais cambojanos disseram que só começaram a atirar quando vários militares ficaram feridos em choques com os manifestantes.

Os trabalhadores da fábrica de roupas saíram às ruas, há várias semanas, para pedir um aumento do salário mínimo. Os grevistas reivindicam o equivalente a cerca de R$ 380 por mês, mas o governo só concorda com R$ 235.

O relator da ONU disse que alguns atos de violência por parte dos grevistas são preocupantes. Muitos teriam usado pedras contra os policiais e danificado propriedades.

Surya Subedi pediu moderação aos manifestantes e aos policiais.