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Capitã brasileira é enviada a Jonglei para conter violência no Sudão do Sul BR

Capitã brasileira é enviada a Jonglei para conter violência no Sudão do Sul

Melissa Rocha está na em Bor, capital do estado; cidade é uma das mais atingidas pela violência; militar aguarda abertura do espaço aéreo para voltar a Juba, capital sul-sudanesa, onde serve como boina-azul da ONU.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A capitã brasileira, Melissa Rocha, participa das operações de segurança da ONU, em Bor, capital do estado de Jonglei, no Sudão do Sul. O local é um dos mais afetados pela violência, que eclodiu em 15 de dezembro, no país.

Rocha, que é policial militar de Brasília, trabalha como assessora de segurança na Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss.

Investigação

Em entrevista à Rádio ONU, de Bor, a capitã brasileira disse que foi despachada à cidade com um grupo de militares femininas para investigar denúncias de que havia armas nos acampamentos para deslocados na base da Unmiss.

“Aqui em Bor nós viemos para fazer uma operação. Nós recebemos denúncias de que tinham armas dentro do campo dos IDPs, que seriam os refugiados. Então nós viemos para fazer as buscas pessoais nesses refugiados e manter o nosso campo em segurança. Nós fizemos então toda a busca pessoal e nos pertences dos refugiados. Nossa função aqui foi terminada, foi concluída.”

A boina-azul brasileira afirmou que está somente esperando o espaço aéreo  ser reaberto para retornar a Juba.

Riscos

A capitã falou também sobre os riscos na região.

“A princípio nós não somos alvo. Tanto os rebeldes como o governo querem manter a Unmiss no Sudão do Sul. Como nós estamos recebendo refugiados, geralmente, de um dos lados, a gente corre um risco secundário de um ataque, mas a princípio nós não somos os alvos”, repetiu a militar brasileira.

Falando sobre o reforço das tropas, a capitã disse que depois do início dos conflitos, a Unmiss já recebeu soldados de Bangladesh.

Nesta quarta-feira, a representante especial do Secretário-Geral para o Sudão do Sul, Hilde Johnson, pediu aos líderes do país que evitem ações que gerem mais violência.

Johnson reiterou também o apelo feito para o fim das hostilidades, para a libertação dos prisioneiros políticos e para o acesso humanitário.