Unmiss fala de provas crescentes de violações no Sudão do Sul
Missão de paz deplora execuções extrajudiciais das últimas duas semanas; relatos associam as mais graves atrocidades ao pessoal uniformizado; agências noticiosas dizem que iniciaram conversações entre as partes do conflito em Adis Abeba.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Missão da ONU no Sudão do Sul manifestou, nesta terça-feira, a sua grave preocupação com o que chama de provas crescentes de graves violações do Direito Internacional dos Direitos Humanos no Sudão do Sul.
Em nota, são citadas execuções extrajudiciais de soldados e de civis que foram capturados em várias partes do país nos últimos 15 dias.
Corpos
Sem fazer menção a dados, a Unmiss cita a descoberta de um grande número de corpos na capital sul-sudanesa, Juba, bem como em Malakal, no Alto Nilo, e em Bor no estado de Jonglei.
A nota foi emitida no dia em que agências noticiosas deram conta do início de conversações na capital etíope, Adis Abeba, com vista à cessação das hostilidades no Sudão do Sul.
Conflito
Trata-se do primeiro encontro desde a eclosão do conflito, que opõe as forças leais ao presidente Salva Kiir e ao seu antigo adjunto, Riek Machar.
O encontro segue-se aos esforços de mediação de líderes da África Oriental, através da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento, Igad. O Secretário-Geral da ONU e o Conselho de Segurança já reiteraram o seu apoio ao processo.
Atrasos
O Conselho de Segurança enfatizou num comunicado de imprensa, emitido nesta segunda-feira, que não deve haver mais atrasos para o diálogo com vista à cessação das hostilidades.
No mesmo dia, o Conselho de Paz e de Segurança da União Africana decidiu estabelecer uma Comissão continental para investigar as violações dos direitos humanos e outros abusos no Sudão do Sul.
A Unmiss saudou a iniciativa, que também deve fazer recomendações sobre normas e meios para garantir a prestação de contas, a reconciliação e a cura das comunidades do mais novo país africano.