Conselho de Segurança aprova envio de tropas adicionais para Sudão do Sul
Órgão diz que autorizou as 5,5 mil tropas adicionais pelas urgentes circunstâncias da situação; Ban falou com líderes de países contribuíntes para transferirem temporariamente os cinco batalhões para o país africano.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Segurança aprovou, nesta terça-feira, uma resolução que aumenta o efetivo da Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss, para 12,5 mil homens.
Para o órgão, a adição de 5,5 mil tropas surge “devido às urgentes circunstâncias da situação”, no mais novo país africano. A resolução S/2013/760 pede a cessação das hostilidades e o início imediato do diálogo.
Combates
Agências noticiosas anunciaram que pelo menos 500 pessoas morreram após uma semana de combates entre forças leais ao presidente Salva Kiir, da comunidade Dinka, e do seu ex-vice-presidente, Riak Machar, da comunidade Nuer.
Num discurso durante a sessão, o Secretário-Geral disse que nada pode justificar a violência, por mais que haja diferenças. Conforme sublinhou, não há solução militar para a crise politica.
Violência
Ban Ki-moon disse que mesmo com capacidades adicionais, não seria possível que as Nações Unidas acabem com a violência, cabendo às partes a responsabilidade de cessar o conflito.
O chefe da ONU disse ainda que pediu a líderes de países que contribuem com tropas que possam transferir temporariamente os cinco batalhões, as forças policiais e outros meios necessários para o país africano.
Ban citou violações de direitos humanos incluindo mortes extrajudiciais e estupros, tendo confirmado que 45 mil pessoas procuram abrigo em instalações da Unmiss.
Valas Comuns
Nesta terça-feira, o Alto Comissariado para os Direitos Humanos anunciou a descoberta de pelo menos três valas comuns, duas na capital Juba e outra em Bentiu.
O aumento de tropas foi anunciado pela primeira vez numa reunião de emergência ocorrida nesta segunda-feira. A resolução recomenda ao Secretário-Geral que o número esteja em constante revisão.
Os 15 países-membros condenam os combates e a violência contra alvos civis e comunidades étnicas específicas em todo o Sudão do Sul.
Segurança
O documento cita violações dos direitos humanos e relatos de abusos de ambas as partes, incluindo os grupos armados e forças de segurança nacional.
O Conselho enfatiza que os responsáveis por violações do Direito Humanitário Internacional e do Direito Internacional dos Direitos Humanos devem ser responsabilizados.
A Unmiss foi congratulada pelo reforço da capacidade de investigação de abusos com o apoio do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.