Ban pede respeito pela vontade popular em Madagáscar, após votação
Secretário-Geral pede que seja mantido o ambiente pacífico na contagem dos votos da segunda volta das presidenciais e legislativas; falando à Rádio ONU, Joaquim Chissano diz que boa postura eleitoral deve facilitar reconciliação.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Secretário-Geral saudou o povo e as autoridades de Madagáscar pelo contributo e pela participação activa na realização das eleições presidenciais e legislativas deste 20 de dezembro.
Em mensagem, Ban Ki-moon exorta à manutenção do ambiente pacífico durante as fases da contagem dos votos e do anúncio dos resultados. O chefe da ONU pede o respeito da vontade do povo malgaxe.
Harmonia
Falando à Rádio ONU da capital de Madagáscar, Antananarivo, o antigo presidente de Moçambique disse haver um clima mais harmonioso na ilha do Oceano Índico. Joaquim Chissano foi mediador do diálogo político, após o golpe de Estado ocorrido no país em março de 2009.
“O povo malgaxe cresceu muito politicamente, sobretudo na compreensão do seu papel e da sua posição no conserto das nações, particularmente em África e na região. Sentimos que há mais consenso nacional e isso é que permitiu que a primeira ronda de eleições corresse de uma maneira muito boa, até posso dizer exemplar, tendo em consideração toda a complexidade da situação em Madagáscar.”
Impacto
Agências noticiosas referem que o pleito deve ser acompanhado por 400 observadores internacionais. O ex-presidente moçambicano falou do impacto do sucesso do processo para o país.
“Há um melhor sentido de instituições e de busca de consensualidade. Será uma viragem muito salutar se o povo Malgaxe conseguir manter esta postura depois desta segunda volta de eleições, isso vai facilitar um bom processo de reconciliação e de busca de melhor unidade da nação Malgaxe e vai criar condições para que haja uma melhor reflexão para reforço das instituições do país e que faz melhor estudo da legislação ou da própria constituição para permitir a consolidação da estabilidade política.”
Para a segunda volta das presidenciais concorrem Jean-Louis Richard Robinson, que ganhou 21% dos votos em outubro e Hery Martial Rakotoarimanana Rajaonarimampianina que obteve pouco mais de 15%.
Transição
Na corrida parlamentar estão em disputa 151 assentos para um mandato de cinco anos. Os novos deputados terão como primeira função eleger o primeiro-ministro.
O Secretário-Geral das Nações Unidas disse que a organização vai continuar empenhada a apoiar o sucesso da transição malgaxe.