Acnur: deslocamentos forçados em 2013 podem atingir recorde
Só no primeiro semestre, quase 6 milhões tiveram de deixar suas casas devido a conflitos e insegurança; Síria foi o país que mais gerou deslocados.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, 2013 pode ser considerado um dos anos com o maior índice de deslocamentos forçados já vistos pela agência, devido ao aumento de novos refugiados e de deslocados internos.
Somente no primeiro semestre, 5,9 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas. A Síria foi o país que mais gerou civis que ficaram deslocados.
Novos Refugiados
O relatório do Acnur foi baseado em informações de 120 países e mostra que entre janeiro e junho, surgiram 1,5 milhão de novos refugiados.
Outro grande aumento foi em relação às pessoas que tiveram de se deslocar para outras áreas dentro de seu país: 4 milhões no primeiro semestre deste ano, comparado com 6,5 milhões durante todo o ano de 2012.
O documento do Acnur descreve os primeiros seis meses de 2013 “como um dos piores períodos para deslocamentos forçados em décadas.” Houve ainda 450 mil pedidos de asilo.
Vontade
O alto comissário António Guterres destaca que as agências humanitárias fornecem ajuda, mas que as organizações não têm como prevenir ou interromper conflitos”.
O chefe do Acnur lembra que para isso, é necessário esforço e vontade política e maior foco da comunidade internacional.
Há um ano, o número de deslocados no mundo já era de 45,2 milhões, o maior desde o começo dos anos 1990.
Retorno
Apesar do relatório não trazer os números entre janeiro e dezembro deste ano, o Acnur acredita que 2013 pode ultrapassar a marca, principalmente por conta da guerra civil na Síria.
O relatório nota ainda que 189,3 mil refugiados voltaram para seus países de origem no primeiro semestre de 2013, enquanto 688 mil deslocados internos retornaram para suas comunidades de origem.
O Afeganistão continua sendo o principal país de origem de refugiados e o Paquistão segue como a nação com a maior população de refugiados, 1,6 milhão de pessoas.