ONU: Haiti precisará de US$ 169 milhões para ajuda humanitária em 2014
Representante da organização no país diz que houve melhorias para a população de deslocados pelo terremoto de 2010; mas 817 mil haitianos ainda estão precisando de assistência para sobreviver; apesar de vitórias, cólera ainda representa riscos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Representantantes das Nações Unidas no Haiti divulgaram o Plano de Ação Humanitária da organização para o ano de 2014.
O chefe do Escritório de Assistência Humanitária, Ocha, no país caribenho explicou que o plano traça as carências de 817 mil haitianos em várias partes do país. A organização pediu US$ 169 milhões, o equivalente a mais de R$ 388 milhões para assistir as vítimas.
Esforços
Peter de Clercq destacou o que ele chamou de “um trabalho formidável” feito no Haiti desde o terremoto de 2010. Segundo ele, as ações foram um resultado dos esforços do governo e da sociedade civil com a ajuda da comunidade internacional.
O chefe do Ocha afirmou que 89% dos haitianos deslocados pelo terremoto já deixaram os acampamentos. Segundo ele, os casos de cólera foram reduzidos em mais de 50% desde o início do surto, há mais de três anos. Mesmo assim, o Haiti continua concentrando metade de todos os casos de cólera do mundo.
Para de Clercq, a resposta e preparação para situações de emergência também tem se fortalecido através do trabalho das autoridades haitianas.
Segurança
Numa entrevista à Rádio ONU, antes da divulgação do plano de ação humanitária, o chefe da Polícia das Nações Unidas no Haiti, Unpol, Luís Carrilho, falou sobre a evolução da segurança no país caribenho.
“A nível da criminalidade tem vindo a ser decrescente. Em agosto, tivemos a nível da taxa de raptos zero, o que é um indicativo extremamente positivo. E também, a nível de outros crimes mais sérios tem havido uma tendência decrescente. Para um país com 10 milhões de habitantes, onde uns meses atrás, há uns anos, a taxa era de fato muito maior.”
De acordo com a ONU, a metade da quantia destinada ao plano de ação para 2014 será para serviços básicos, atendimento médico, assistência legal e psicossocial. O Ocha está preocupado com a proteção de 145 mil haitianos que continuam vivendo em acampamentos temporários.
O chefe do Ocha afirmou que é preciso permanecer em estado de alerta. Ele lembrou que a situação do cólera no Haiti continua sendo uma crise humanitária. No próximo ano, 45 mil pessoas poderão se contaminar com a doença.
Peter de Clercq disse que o Haiti não pode ser esquecido em meio a tantas outras crises internacionais.