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Moçambique preside Bureau dos ministros de Minas de África até 2015

Moçambique preside Bureau dos ministros de Minas de África até 2015

Angola entre os 22 países africanos com delegações ministeriais reunidas em Maputo; representante da ONU diz que encontro deve ajudar a garantir crescimento inclusivo; continente deve gerar US$ 30 mil milhões com o setor nos próximos dois anos.

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.

Num encontro realizado sob o tema “Alavancando a Visão Mineira Africana para o Renascimento da África: Rumo ao Empoderamento Inclusivo”, Moçambique foi eleito à presidência do Bureau dos ministros de Minas de África.

A escolha decorreu na reunião de oficiais seniores, que elegeu também para vice-presidência, o Chade, o Gana e a Argélia. No encontro, foi anunciado que o continente deve gerar até US$ 30 mil milhões com a exploração mineira até 2015.

Políticas

A ministra dos Recursos Minerais de Moçambique, Esperança Bias, fala da relevância do debate sobre o setor, numa altura em que a descoberta de recursos minerais em África tende aumentar.

“É momento de deixarmos de ser fornecedores de matéria-prima e passarmos a fornecer produto acabado. Devemos deixar de exportar apenas matérias-primas, criando condições para a criação de mais emprego nos nossos países, através de adição de valor aos recursos de que o continente dispõe. Devemos aproveitar a rede dos nossos cientistas para que continuam na elaboração e implementação das políticas que respondam os objetivos que acabamos de nos referir”.

Já a coordenadora residente da ONU em Moçambique, Jennifer Topping, disse que a reunião ajuda a assegurar um crescimento inclusivo.

Inclusão

“É um encontro muito importante para nós, porque se juntam os aspetos de desenvolvimento e de crescimento em África, ligados com o setor mineiro e o setor das indústrias extrativas. Por isso, estamos aqui para apoiar o setor mineiro com a concertação de desenvolvimento, o que significa capacitação, transparência, governação, aspetos sociais do setor para assegurar um crescimento inclusivo para o futuro.”

Além do país anfitrião, Angola é a outra nação de língua portuguesa representada na reunião pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queirós. O país diz que o seu interesse é partilhar a experiência de gestão de recursos minerais.

Benefícios

“Nós temos uma política baseada na soberania do estado sobre estes recursos e temos mecanismos económicos e empresarias que garantem a efetividade dessa soberania. Temos a Sonagol e ouras empresas que têm os direitos exclusivos desses minerais para o seu tratamento. E essas empresas negoceiam com nossos parceiros em igualdade de circunstâncias com benefícios mútuos. E os resultados daí vêem para o estado em termos de recursos patrimoniais e fiscais, que são empregues no nosso desenvolvimento”.

A reunião que termina nesta terça-feira, pretende propor abordagens aos líderes africanos e opções políticas sobre a execução do Plano de Ação para a Visão Mineração Africana. O objetivo é promover o desenvolvimento sustentável em África.