Relator: Conselho de Segurança deve agir contra violência a jornalistas
Em reunião, Frank la Rue afirmou que a impunidade tem levado a aumento de ataques e assassinatos de profissionais tanto zonas de conflitos como em países estáveis; somente neste ano foram 48 assassinatos até agora; desde 1992, 1017 profissionais perderam a vida em serviço.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
Um relator independente das Nações Unidas chamou a atenção da comunidade internacional para um aumento no número de casos de violência fatal a jornalistas.
Em reunião no Conselho de Segurança, Frank la Rue, disse que a violência e os assassinatos de jornalistas estão crescendo por causa da impunidade.
Providências
Segundo ele, as mortes estão ocorrendo tanto em áreas de conflitos e guerras como também em países estáveis.
Para o relator sobre o direito à liberdade de opinião e expressão, o Conselho de Segurança e outros órgãos internacionais têm que tomar providências contra os ataques.
La Rue disse que “sem acabar com a impunidade será muito difícil garantir a segurança de jornalistas.”
Repetição
Ele falou aos 15 integrantes do Conselho numa sessão na sexta-feira para tratar do tema.
Segundo o relator, a maioria dos casos de violência e ameaças a jornalistas não está sendo investigada. Ele contou que os autores jamais são identificados, processados e julgados.”
Para o especialista, a sensação de impunidade é a principal causa da repetição de incidentes e ataques contra jornalistas ao redor do mundo.
Força da Lei
Ao se dirigir aos países-membros do Conselho, Frank la Rue lembrou que a casa tem o poder de emitir resoluções com força de lei para chamar a atenção para o problema, fazendo ainda da violência a membros da imprensa um item de sua agenda regular.
A Unesco tem condenado todos os ataques contra a mídia e a imprensa, mas os comunicados da agência não são juridicamente vinculativos.
Ameaças
O Comitê para Proteção de Jornalistas informou que 1017 profissionais foram assassinados desde 1992. Somente neste ano, 48 jornalistas foram mortos.
Desde o início do conflito sírio em 2011, 84 profissionais da mídia e da imprensa perderam a vida. Em novembro, dois jornalistas foram assassinados no Mali.
O relator da ONU disse que esses casos mostram os riscos que os jornalistas enfrentam todos os dias para informar a opinião pública.
Ele contou que apenas nos últimos dois anos teve que preparar cartas sobre ataques a 171 profissionais da mídia em 40 países.
Para Frank la Rue está na hora do Conselho de Segurança e outros órgãos agirem para acabar com o problema. Ele lembrou que a maioria dos casos de violência a jornalistas continua invisível às autoridades nacionais e à comunidade global.