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Ocha diz que situação é de “grande tensão” na República Centro-Africana

Ocha diz que situação é de “grande tensão” na República Centro-Africana

Capital, Bangui,  regista mais de 500 mortos numa semana; Escritório da ONU de Assistência Humanitária confirma que foram entregues pelo menos 72 corpos a mesquitas em dois dias.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A República Centro-Africana continua a registar uma situação de grande tensão, apesar do aproximar de um programa de desarmamento para Bangui e Bossangoa, as duas principais cidades do país. 

Na capital, foram enviados 72 corpos para mesquitas do bairro PK5, somente nos últimos dois dias. Cerca de 500 pessoas foram mortas na semana passada devido a combates sectários.

Mortes

O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, indica que cresce o número de deslocados internos albergados em mais de 30 locais como igrejas, mesquitas, edifícios públicos com destaque para o aeroporto internacional.

Somente em Bangui, mais de 127 mil pessoas fugiram das suas casas em confrontos que, nesta segunda-feira, culminaram com a morte de um chefe de operações do grupo Séléka.

Rivais

As Nações Unidas, dizem que o país já ultrapassou meio milhão de deslocados desde o início da crise há um ano.

Na altura, a coligação rebelde Séléka lançou ataques que culminaram com a queda do presidente François Bozizé, e a sua fuga ao exílio. O país é liderado por governo de transição incumbido de restaurar a lei e a ordem e abrir caminho para eleições democráticas.

Rivalidades

Agências noticiosas referem que os confrontos sangrentos entre combatentes muçulmanos e cristãos rivais atingem contornos sectários, após terem sido alimentados por rivalidades étnicas.

Em Bossangoa, o aumento da tensão ditou a negociação da distribuição de ajuda alimentar entre agências internacionais e as comunidades. O Ocha refere que mais tropas são urgentemente necessárias para a área.

Em Bambari, na província central de Ouaka, rumores de confrontos entre milícias anti-Balaka e antigos integrantes dos Séléka aumentam a tensão entre a população local.

As necessidades urgentes incluem melhorias no acesso à água, na distribuição de artigos não alimentares e no apoio médico. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados está a trabalhar com voluntários para a construção de tendas.

*Apresentação: Denise Costa.