ONU: decisão do Uruguai sobre canabis põe em risco combate a drogas
Chefe do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Yuri Fedotov, disse que medida é um ataque à cooperação internacional.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
As Nações Unidas repudiaram a decisão do Parlamento do Uruguai de legalizar o uso da maconha.
De acordo com o diretor-executivo do Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, cada país deve trabalhar de perto com a organização e, em conjunto, para ajudar a combater o que se tornou um desafio global.
Segurança
Yuri Fedotov fez a declaração após o anúncio de que o uso da canabis no Uruguai havia deixado de ser um crime.
Para Fedotov, a legalização foi um “ataque à cooperação internacional” que existe no combate às drogas.
Ele afirmou que o problema tem que ser enfrentado de forma abrangente levando em conta questões de saúde, desenvolvimento e segurança a longo prazo.
O chefe da agência da ONU classificou a medida de “infeliz”.
Controle
Em 2016, a Assembleia Geral das Nações Unidas irá realizar uma sessão especial sobre o problema das drogas no mundo.
Fedotov lembrou que no próximo ano, a Comissão sobre Narcóticos fará um encontro de alto nível para rever a implementação dos países-membros sobre a Declaração e o Plano de Ação contra o problema das drogas.
A decisão do Parlamento do Uruguai de legalizar a maconha foi criticada também pelo órgão internacional de controle de narcóticos, que afirmou que a medida “infringe a Convenção sobre Narcóticos, firmada em 1961, e da qual o Uruguai faz parte.”
O Unodc finalizou afirmando que os legisladores do Uruguai falharam em considerar os impactos negativos sobre a saúde.
Segundo a agência, a canabis é uma substância que causa dependência e que tem consequências sérias para a saúde do usuário.