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Insegurança alimentar afeta mais de 300 milhões em zonas de montanha

Insegurança alimentar afeta mais de 300 milhões em zonas de montanha

Para promover produção sustentável nas áreas, FAO sugere medidas que incluem posse segura da terra e investimento;  Dia Internacional das Montanhas é assinalado neste 11 de dezembro.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, afirma que 300 milhões de habitantes de zonas montanhosas estão afetados pela insegurança alimentar.

O dado foi avançado por ocasião do Dia Internacional das Montanhas, assinalado neste 11 de dezembro. O lema para este ano é Montanhas – Chave para um Futuro Sustentável. 

Posse da Terra 

Para promover a agricultura familiar sustentável nestas áreas, a agência defende a posse segura da terra, a capacitação de mulheres e o investimento público em áreas como educação, saúde, transporte e pesquisa.

A Rádio ONU conversou com o presidente da Associação de Agricultores para Produção de Integrada de Frutos da Montanha, Aapim. Da freguesia portuguesa da Guarda, José Assunção explicou a relevância de adotar um modelo para impulsionar a produção de fruta na área.

“Sabendo nós que é possível produzir os alimentos que a humanidade carece e ser feito de uma forma sustentável. Tendo nós conhecimentos científicos que nos permitem fazer a agricultura de forma biológica a trabalhar mais com a natureza e com a biodiversidade, foi esse modelo que encontramos para poder desenvolver a agricultura nessa região. Criar riqueza, fixar as pessoas mas, fazê-lo de uma forma que fossem competitivos, que pudessem viver nos seus territórios. Mas poderia ser com um modelo de agricultura que preservasse a paisagem, que desse segurança nos alimentos no sentido de que os nossos compradores acreditassem nesse modelo de produtos”, disse.

De acordo com a agência da ONU, o número de afetados é registado nos países em desenvolvimento ou em transição, que acolhem 40% das populações de montanha.

Gestão da Água

A FAO destaca ainda o facto de que a nível global, as montanhas fornecerem água doce à metade da população mundial, principalmente devido à gestão da água e ao maneio do solo feito por milhões de agricultores das áreas.

As montanhas são também tidas como reservatórios da biodiversidade global, tendo os agricultores como guardiões do considerado património genético, enquanto fornecem nutrientes para as famílias durante séculos.

Crédito

A outra sugestão é que seja melhorado o acesso ao crédito para os produtores das áreas montanhosas.

A FAO vê as políticas para promover a agricultura de montanha em centros regionais e em pequenas cidades como alternativa para criar oportunidades de emprego em setores como o artesanal e da indústria e serviços.

Para melhorar os meios de subsistência dos agricultores de montanha também são avançadas opções como a criação, a rotulagem e a venda de artigos de qualidade derivados de produtos orgânicos desses agricultores.