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Valor dos recursos naturais em África destacado em reunião do Pnuma

Valor dos recursos naturais em África destacado em reunião do Pnuma

Ministros dos países africanos e cientistas unem-se à agência da ONU no encontro que decorre em Nairobi; aumento da população deve pressionar ainda mais os recursos do continente.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Banco Mundial prevê que a população africana aumente em 800 milhões até 2040, no que deve colocar mais pressão sobre os recursos naturais do continente.

A preocupação junta ministros, economistas, cientistas e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, numa reunião para debater os desafios. A conferência internacional sobre recursos naturais em África decorre na capital queniana, Nairobi.

Acções

Para o Pnuma, o alcance a longo prazo do desenvolvimento e do alívio à pobreza no continente depende do maneio sustentável de tais recursos. Em países de baixa renda, até 36% da riqueza é obtida através da natureza.

Na reunião, os especialistas devem fazer a revisão e recomendar acções políticas para que os valores dos recursos naturais e dos serviços de ecossistemas sejam incorporados ao planeamento.

Recursos

O diretor do Pnuma, Achim Steiner, afirma que África pode ter um papel importante na criação de um maneio mais inteligente dos recursos naturais.

Perdas

Além disso, Steiner destaca que o maneio sustentável pode ajudar no crescimento doméstico e internacional do continente, se os países puderem se beneficiar dos seus ativos naturais considerados “ricos e abundantes”.

O Pnuma lembra que até 2005, metade das zonas terrestres em África já haviam perdido 50% da sua área devido ao cultivo, degradação e urbanização.

A agência cita alguns exemplos do potencial do continente: as florestas da Tanzânia contribuem com 2,3% do Produto Interno Bruto mas há potencial para representar 4% do rendimento.

Futuro

Já no Uganda, o valor das florestas pode ser de US$ 136 milhões. E na África do Sul, foram criados, desde 1995, 486 mil empregos em programas ambientais.

O Pnuma acredita que até 2050, a humanidade pode vir a consumir 140 mil milhões de toneladas de minerais, combustíveis fósseis e biomassa por ano, três vezes mais do que os números atuais. 

A recomendação é que haja mais ações para reduzir o consumo de recursos e ao mesmo tempo, ir de encontro às necessidades de uma sociedade sustentável.

*Apresentação: Eleutério Guevane.