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ONU já usa veículos aéreos não tripulados na RD Congo

ONU já usa veículos aéreos não tripulados na RD Congo

Em entrevista à Rádio ONU, comandante militar da missão disse que veículos devem aumentar a capacidade de recolha de informações; situação do país considerada melhor que há um ano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.* 

As Nações Unidas usaram pela primeira vez, nesta terça-feira, veículos aéreos não tripulados para reforçar a capacidade para proteger os civis na República Democrática do Congo, RD Congo.

O primeiro voo dos também conhecidos por drones desarmados foi realizado na capital da província de Kivu Norte, Goma. A Missão da ONU no país, Monusco, acredita que os veículos sejam uma ferramenta para apoiar o cumprimento do seu mandato de proteger os civis no país. 

Impacto

Em entrevista à Rádio ONU, de Goma, o comandante das tropas da Monusco, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, falou do impacto dos novos veículos para a missão.

“Nós vamos ter melhor controle de muitas áreas e conseguir observar vários problemas como o movimento ao longo de fronteira. Vamos conseguir monitorar os grupos armados e controlar melhor alguns pontos de passagem, algumas estradas, o movimento de pessoal deslocado e dos seus locais de moradia para os campos de refugiados. É de grande utilidade para nós aumentar a nossa capacidade de colher informações”, disse.

Três Veículos

O comandante explicou que, neste momento, a Monusco deve usar dois dos três veículos fabricados por uma companhia multinacional anglo-italiana.

“É muito importante este equipamento para todos os países da região, porque tem grupos armados que operam perto da fronteira. Nós vamos também observar a fronteira da parte da RD Congo. Isso é bom, porque os problemas de fronteira sempre acabam afetando os países vizinhos e com a missão controlando melhor estes problemas são evitados”, explicou.

Drama

O primeiro voo foi acompanhado pelo subsecretário-geral para Operações de Manutenção de Paz, Hervé Ladsous. Ele considerou que a situação vivida no país é muito diferente do que chamou “drama terrível que surgiu há um ano.” 

O leste da RD Congo é afetado por confrontos entre o Governo e vários grupos armados. Os mais recentes ataques envolveram os rebeldes do M23, composto por soldados amotinados do exército congolês.

Mais de 100 mil pessoas foram deslocadas por confrontos ocorridos no ano passado, que agravaram a crise humanitária. As Nações Unidas estimam que o leste da RD Congo tem mais de 2,6 milhões de deslocados internos e 6,4 milhões de necessitados de ajuda alimentar de emergência.

*Apresentação: Denise Costa.