OMS alerta que 500 mil pessoas sofrem lesão na espinha todos os anos
Agência da ONU diz que homens entre 20 e 29 anos e acima dos 70 correm maior risco; acidentes de trânsito representam são causa número 1 desse tipo de ferimento seguidos de quedas.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A Organização Mundial da Saúde alertou que 500 mil pessoas por ano sofrem lesão na espinha dorsal.
A médica Regina Ungerer, coordenadora da rede de informação em português da OMS, falou à Rádio ONU, de Genebra, sobre as principais causas das lesões.
Acidentes de Trânsito
“Obviamente, a maioria dessas lesões é causada por trauma, por acidentes de carro, principalmente. Quedas, violências, maus tratos contra crianças e maus tratos contra idosos. Essas são as principais causas. Mas o mais importante que eu queria ressaltar é que a maioria dessas lesões é causada por acidentes e principalmente por acidentes de carro.”
Segundo a OMS, as pessoas que sofrem esse tipo de ferimento têm até cinco vezes mais chances de morrer de forma prematura, principalmente em países de baixa e média rendas.
Homens x Mulheres
O relatório da agência da ONU mostrou que os homens correm mais risco que as mulheres de sofrer de algum problema na coluna.
No caso dos homens, a possibilidade de um ferimento é maior entre 20 e 29 anos e depois dos 70. Já no caso das mulheres, a fase mais arriscada é entre 15 e 19 anos e depois dos 60.
A OMS explicou que nove em cada 10 causas de lesões traumáticas na espinha estão relacionadas a acidentes de trânsito, quedas e violência. Na África, por exemplo, os acidentes nas estradas são responsáveis por quase 70% dos casos.
Já em situações não traumáticas, as maiores causas são tumores, má formação e também a tuberculose.
Entre os sintomas estão fortes dores na coluna e calcula-se que até 30% sofram de depressão. Além disso, a OMS diz que outros problemas secundários podem surgir como trombose e complicações respiratórias.
Educação e Economia
A agência da ONU afirmou que a lesão da espinha acarreta ainda problemas nos setores de educação e economia.
Crianças com dores nas costas têm mais dificuldade para frequentar escolas e participar das atividades. Já os adultos não têm condições de trabalhar, mais de 60% estão desempregados no mundo todo.
Segundo a OMS, muitas das consequências associadas a lesões da espinha são resultado de cuidados médicos inadequados e de centros de reabilitação.
Para combater o problema, a agência da ONU exigiu a implementação total da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.