Relatório do Unicef mostra grandes avanços na prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho, conhecida como transmissão vertical; mas entre adolescentes, mortes relacionadas à aids subiram 50% nos últimos anos.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Um relatório lançado pelo Fundo da ONU para a Infância, Unicef, nesta sexta-feira, mostra que mais de 850 mil crianças foram salvas do HIV entre 2005 e o ano passado.
A transmissão do vírus da aids de mãe para filho foi evitada graças a esforços na área. O Unicef cita o tratamento com antiretroviral para evitar que o HIV passe da mãe para o bebê durante a gravidez e o aleitamento.
Mais Mortes
Mas os números não são tão positivos em relação aos adolescentes: o levantamento mostra aumento de 50% das mortes relacionadas ao HIV, entre jovens de 10 a 19 anos de idade.
Em 2005, 71 mil adolescentes morreram de complicações da aids e em 2012, foram 110 mil mortes. Segundo a OMS, a maioria dos 2 milhões de adolescentes que vivem com o vírus não recebe tratamento.
Informação
O médico do departamento de HIV/Aids da Organização Mundial da Saúde, Marco Vitória, explicou à Rádio ONU, de Genebra, que muitos desses jovens sequer sabem que têm o vírus.
“A gente estima hoje que somente 10% a 15% dos adolescentes que estão infectados com o HIV saibam que têm o vírus. A maioria não sabe. E a razão principal é porquê em muitos países, o serviços não são focados para abordar essa população. A OMS está recomendando aos governos que revisem suas leis e políticas e tornem mais flexíveis para os adolescentes conseguirem ter um acesso mais precoce ao teste, um aconselhamento preventivo, sem a necessidade de obter o consentimento expresso dos pais.”
Dia Mundial
Segundo o Unicef, se for feito um investimento de US$ 5,5 bilhões, é possível evitar a infecção pelo vírus em 2 milhões de jovens, especialmente meninas, até 2020.
O relatório sugere intervenções de grande impacto, como distribuição de preservativos, tratamento antiretroviral, prevenção da transmissão de mãe para filho, circuncisão voluntária e campanhas para mudança de comportamento.
O levantamento do Unicef foi divulgado pouco antes do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, que será celebrado neste domingo, 1º de dezembro.