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Alta comissária da ONU critica nova lei sobre protestos no Egito BR

Alta comissária da ONU critica nova lei sobre protestos no Egito

Navi Pillay diz que norma autoriza uso excessivo da força, gás lacrimogêneo e até armas de fogo contra manifestantes pacíficos no país.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos criticou a nova lei sobre manifestações populares no Egito. Segundo Navi Pillay, a medida tem “falhas sérias” e deve ser alterada.

Em comunicado, Pillay lembrou que a nova lei pode levar ao que chamou de “graves violações do direito à liberdade de reunião pacífica.” A lei permite o uso de gás lacrimôgeneo, do excesso de força e até de armas de fogo contra manifestantes.

Sociedade Civil

Segundo agências de notícias, a lei foi sancionada pelo presidente interino do Egito, Adly Mansour, no domingo. A nova legislação provocou prostestos de rua em todo o país.

O porta-voz da alta comissária da ONU, Rupert Colville, disse que a sociedade civil egípcia e os defensores dos direitos humanos expressaram várias reservas às medidas.

Colville afirmou que as cláusulas sobre o uso da força por agentes da lei são motivo de preocupação como também as sanções excessivas. Ele citou multas altas e penas de prisão aos que violarem a nova lei como alguns dos exemplos.

Irmandade Muçulmana

O Alto Comissariado mencionou ainda um incidente violento em 14 de agosto no Cairo, onde dezenas de pessoas teriam sido mortas após a destruição de acampamentos que pertenciam à Irmandade Muçulmana por forças de segurança.

O escritório diz que a lei deve deixar absolutamente claro que, de acordo com os padrões internacionais, o uso letal de armas de fogo deve ocorrer somente quando for estritamente inevitável para proteger a vida.

Para a alta comissária, ninguém deve ser criminalizado ou sujeito a ameaças ou atos de violência, assédio, perseguição, intimidação ou represália por abordar questões de direitos humanos, através de protestos pacíficos.

*Apresentação: Edgard Júnior.