Acnur apoia retorno de 1 milhão de refugiados somalis no Quénia
Acordo tripartido vai vigorar durante os próximos três anos; agência da ONU fala de melhorias graduais mas lembra que vastas áreas rurais da Somália são controladas por rebeldes al-Shabab.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, anunciou que vai apoiar o retorno de cerca de 1 milhão de refugiados somalis atualmente a residir no vizinho Quénia.
A medida está prevista no acordo assinado, este domingo, entre a agência e os dois países na capital queniana, Nairobi. Ao abrigo do entendimento, o Acnur indica que “ninguém será forçado a deixar o Quénia.”
Secas e Conflitos
O país acolhe o complexo de acampamento de refugiados de Dadaab, considerado o maior do mundo. O local, situado próximo da fronteira com a Somália, alberga mais de 400 mil somalis que fugiram das secas recorrentes e do conflito no seu país durante mais de 20 anos.
Somente na capital queniana vivem 500 mil somalis, que compõem a maioria da população refugiada da cidade, estimada em 630 mil pessoas.
Melhoria Gradual
O Acnur aponta relatos de um movimento de retorno espontâneo de somalis, devido ao que considera melhoria gradual da situação no país do Corno de África.
A agência mencionou uma estimativa recente a indicar o possível retorno de entre 30 mil a 80 mil somalis.
Áreas Rurais
A relativa estabilidade de algumas áreas da Somália é atribuída à intervenção da força da União Africana na Somália, após terem repelido às milícias al-Shabab das áreas de influência nos últimos anos.
Mas elementos do grupo islamita estariam ainda a controlar vastas áreas rurais, no que é tido como um dos principais obstáculos para a paz no país.
O sucesso acordo, a vigorar durante os próximos três anos, é para o Acnur dependente da evolução da situação na Somália. Tal inclui a segurança em áreas de retorno e a disponibilidade de serviços sociais.