Cplp: cientistas de países-membros serão formados com apoio da Unesco
Acordo para estabelecer Centro Internacional de Formação Avançada de Cientistas do bloco foi assinado neste sábado; agência da ONU cita importância de envolver africanos; Portugal e Brasil devem financiar projetos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU, em Nova Iorque.
Portugal firmou com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, um acordo para a criação do Centro Internacional de Formação Avançada de Cientistas da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.
O documento foi rubricado, neste sábado, em Paris, pela diretora-geral da agência, Irina Bokova, e o ministro português da Educação e da Ciência, Nuno Crato.
Ciências Básicas
Falando à Rádio ONU da capital francesa, antes do ato, o governante português justificou a opção em priorizar as ciências básicas pelo centro, a ser estabelecido em Lisboa. O financiamento dos projetos será feito por Portugal e o Brasil.
“Porque entendemos que, neste momento, é mais necessário nos países. A par, evidentemente, das humanidades, o que é prioridade e queremos realçar são ciências como física, química, a matemática, as ciências da vida, a biologia, as tecnologias biomédicas. O primeiro doutoramento está centrado nas ciências da vida.”
Fuga de Cérebros
O entendimento prevê que se desenvolvam as capacidades ao mais alto nível nas ciências fundamentais, “promovendo a responsabilidade social, a mobilidade de cientistas e o combate à fuga de cérebros.”
Os alvos serão jovens cientistas candidatos aos níveis de doutoramento e pós-doutoramento de universidades e laboratórios de pesquisa dos Estados-membros da Cplp.
África
Para a diretora-geral da Unesco, a parceria demonstra uma forte cooperação da agência com Portugal, aliada “ao grande interesse nas ciências básicas, com atenção para a formação avançada de cientistas” dos oito países, especialmente em África.
Irina Bokova destaca igualmente o compromisso de promover o multilinguismo nas ciências, através do cumprimento da proposta, adotada pela Conferência Geral da Unesco.