Escritório da ONU quer líder do M23 a responder na justiça
Porta-voz do escritório de Direitos Humanos, em Genebra, diz que Sultani Makenga já tinha sido indiciado por crimes de guerra e contra a humanidade; agências noticiosas dizem que ele está em local secreto após ter-se rendido no Uganda.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou, esta sexta-feira que o comandante dos rebeldes do grupo armado M23 da República Democrática do Congo, RD Congo, deve ser levado à justiça.
A declaração foi feita um dia após a rendição de Sultani Makenga, no Uganda. De acordo com o porta-voz do escritório, Rupert Colville, o líder rebelde já foi apontado como principal autor de graves violações de direitos humanos.
Mandado de Prisão
Colville disse que o escritório da ONU acredita vigorosamente que o líder rebelde tenha de ser levado à justiça, juntamente com outros líderes do grupo. Conforme referiu, Makenga já tem um mandato de prisão no país por crimes de guerra e contra a humanidade.
O representante disse que congratulou-se com a derrota do grupo rebelde, que no início desta semana teria declarado o fim da insurgência. A medida seguiu-se ao anúncio das forças governamentais dando conta da tomada de grande parte das suas posições.
Civis
As forças de paz da Missão das Nações Unidas na RD Congo, Monusco, estão a cargo da proteção de civis no Kivu Norte, uma das províncias do leste marcadas pela instabilidade há mais de duas décadas.
No princípio deste ano, a organização aprovou o envio de 3 mil soldados africanos da Brigada de Intervenção, com um mandato de levar a cabo ataques contra rebeldes.
De acordo com agências noticiosas, Makenga e outros cerca de 1,7 mil combatentes desarmados estão em local secreto no Uganda. Segundo os relatos das agências, o país disse que não decidiu se este seria entregue à RD Congo.
*Apresentação: Denise Costa.