Projeto de resolução sobre privacidade digital recebe apoio de 10 países BR

Projeto de resolução sobre privacidade digital recebe apoio de 10 países

Áustria, Bolívia, Coreia do Norte e Suíça estão entre as nações que confirmaram co-patrocinar o texto; Patriota citou discurso de Dilma Rousseff sobre violações dos direitos humanos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

Brasil e Alemanha discursaram nesta quinta-feira sobre o projeto de resolução que prevê a proteção da privacidade na era digital.

A sessão, realizada na Terceira Comissão da Assembleia Geral, contou com a presença do embaixador da Alemanha, Peter Wittig, e do chefe da Missão do Brasil na ONU, Antonio Patriota.

Direitos Humanos

Falando em inglês, Patriota lembrou as palavras da presidente Dilma Rousseff durante o discurso dela na Assembleia Geral em setembro.

Antonio Patriota citou a declaração de Dilma de que o mundo está enfrentando hoje uma situação de grandes violações dos direitos humanos e liberdades civis por causa da vigilância em comunicações e coleta de dados pessoais.

O embaixador do Brasil afirmou que o país acredita que a comunidade internacional deve iniciar um debate sério sobre a proteção da privacidade individual incluindo no contexto de comunicações digitais e da segurança dos países.

Resposta Global

Ao assumir o microfone, o embaixador da Alemanha que também apoia o texto da resolução explicou a posição de seu país.

O embaixador alemão Peter Wittig afirmou que o Brasil e a Alemanha acreditam que as complexas questões sobre o direito à privacidade pedem uma resposta global e por isso a necessidade de realizar este debate nas Nações Unidas.

Wittig lembrou que nos últimos meses, as notícias de vigilância de informações e coleta de dados pessoais alarmaram muitos em vários países. Segundo ele, hoje em dia, quase não existe limite para a coleta e gravação de dados.

No final da apresentação, 10 países informaram que querem co-patrocinar a resolução: Áustria, Bolívia, Coreia do Norte, Equador, França, Indonésia, Liechtenstein, Peru, Suíça e Uruguai.

A partir de agora, o texto ficará à disposição dos países membros na Terceira Comissão para novas assinaturas. A Missão da Alemanha espera que a votação ocorra ainda no fim deste mês.