Angola acolhe último grupo de refugiados provenientes do Botsuana
Grupo de 194 angolanos partiu do acampamento de Dukwi; Acnur calcula em mais de 100 mil o número de angolanos ainda a viver nos países vizinhos.
Eletuério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O último grupo de refugiados angolanos provenientes do vizinho Botsuana chegou esta quinta-feira ao seu país, no que marcou o fim do programa de repatriamento voluntário.
A localidade angolana de Katwitwi acolheu as 194 pessoas, um dia depois de terem deixado o acampamento tsuana de Dukwi.
Menores
De acordo com o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, cerca de metade dos retornados é composta por menores de 17 anos. Eles nasceram ou viveram no exterior durante a maior parte da sua vida.
Para a agência, o movimento encerra uma das antigas situações de refugiados em África. A 30 de junho do ano passado, o Acnur declarou o fim do estatuto de refugiado para os angolanos no exterior.
No caso do Botsuana, o governo decretou que a medida entrasse em vigor em agosto. Os refugiados angolanos foram treinados, até finais de outubro, para regressar à casa.
Guerra
A movimentação do grupo fez subir para 461, o número de angolanos repatriados do Botsuana desde junho do ano passado. A saída de 550 mil pessoas de Angola foi causada pela guerra pela independência, entre 1961 e 1975, e o conflito civil terminado em 2002.
De acordo com a agência, milhares de pessoas perderam a vida e o número de deslocados chegou a 4 milhões.
Reintegração
Ao chegar a Angola, o grupo recebeu artigos domésticos que incluem camas, telhas de papelão ondulado, chapas de ferro e outros artigos domésticos. Foi igualmente atribuído um montante US$ 100 por cada adulto e US$ 50 por criança para apoiar a reintegração.
Estima-se que mais de 100 mil angolanos estejam ainda a viver em países como a República Democrática do Congo, Zâmbia, África do Sul e Namíbia.
* Apresentação: Cláudia Longa