Adiado julgamento do presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta
TPI aceitou pedido da defesa que alegou necessitar de mais tempo para se preparar; ele é acusado de organizar violência pós-eleitoral em 2007-2008.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
O Tribunal Penal Internacional, TPI, anunciou esta quinta-feira, que adiou o julgamento do caso contra o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, para 5 de Fevereiro de 2014.
O pedido para a mudança da data foi feito pela defesa de Kenyatta, que alegou precisar de mais tempo para se preparar.
O julgamento estava marcado para começar em 12 de novembro. O líder queniano nega acusações de ter organizado a violência pós-eleitoral de 2007 e 2008.
Candidatos
O tribunal está julgando, desde setembro, o vice-presidente do país, William Ruto, pelo mesmo motivo. Ele também nega qualquer responsabilidade na violência ocorrida na disputa eleitoral quando ambos apoiavam os principais candidatos da época.
Calcula-se que 1,2 mil pessoas morreram e cerca de 600 mil abandonaram suas casas por causa da violência ligada a divisões étnicas no país africano.
Investigação
O TPI afirmou que a acusação compreendeu que determinados fatos levantados pela defesa merecem uma investigação mais detalhada.
Os promotores do Tribunal, em Haia, também admitiram que a mudança da data daria mais tempo para a apresentação de provas e “de testemunhas numa sequência lógica e coerente.”
Adiamentos
Os juízes lamentam os repetidos adiamentos do julgamento, mas dizem ser “necessários porque uma ou ambas as partes têm exigido mais tempo para se preparar.”
O TPI pediu aos dois lados que acelerem a preparação para que não ocorram mais adiamentos.
Em meados de outubro, o tribunal declarou que Uhuru Kenyatta não vai precisar participar de todas as sessões do julgamento por acusações de crimes contra a humanidade. De acordo com os juízes sua presença só será necessária em momentos cruciais do caso.
* Apresentação: Edgard Júnior