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TPI adia julgamento do presidente queniano por três meses

TPI adia julgamento do presidente queniano por três meses

Juízes do órgão dizem que início de sessões para deliberar sobre caso de Uhuru Kenyatta será a 5 de Fevereiro de 2014; defesa quer mais tempo para a apresentar provas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Tribunal Penal Internacional, TPI, anunciou esta quinta-feira, que adiou o julgamento do caso contra o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, para 5 de Fevereiro de 2014.

O pedido para a mudança da data, inicialmente prevista para 12 de novembro, foi feito pela defesa de Kenyatta. O líder nega acusações de ter organizado a violência pós-eleitoral de 2007 e 2008.

Candidatos

Desde setembro, o tribunal julga o vice-presidente do país, William  Ruto. Ele também nega qualquer responsabilidade na violência ocorrida na disputa eleitoral quando ambos eram apoiantes dos principais candidatos.

Estima-se que 1,2 mil pessoas morreram e cerca de 600 mil tenham abandonado as suas casas devido à violência que esteve ligada a divisões étnicas no país africano.

Investigação

Uma nota do TPI afirma que a acusação aceitou que determinados assuntos factuais levantados pela defesa merecem mais investigação.

Os promotores do órgão, baseado em Haia, também admitiram que a mudança da data daria mais tempo para a apresentação de provas nomeadamente “de testemunhas numa sequência lógica e coerente.”

Adiamentos

Os juízes dizem lamentar o facto de estarem a ocorrer repetidos adiamentos do julgamento, mas “necessários porque uma ou ambas as partes têm exigido mais tempo para se preparar.”

Na nota, os dois lados foram instados a acelerar a sua preparação, a fim de garantir que não ocorram mais adiamentos.

Em meados de outubro, o TPI declarou que Uhuru Kenyatta não vai precisar de participar em todas as sessões do julgamento por acusações de de crimes contra a humanidade. De acordo com os juízes a sua presença só será necessária em partes cruciais do caso.