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Desemprego na América Latina deve encerrar o ano a 6,2% BR

Desemprego na América Latina deve encerrar o ano a 6,2%

Previsão da Cepal é de leve queda em relação a 2012; baixo dinamismo da economia mundial e volatilidade dos mercados financeiros citados como motivos de “um período não muito fácil” para a região.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*

A América Latina e o Caribe podem encerrar este ano com a taxa de desemprego urbano entre 6,2% a 6,3%, segundo a previsão da Comissão Econômica para a região.

A Cepal nota que a estimativa é um pouco menor do que o registrado em 2012, de 6,4%. Para a comissão, o “primeiro semestre deste ano não foi um período fácil”, pelo baixo dinamismo da economia mundial, maior volatilidade dos mercados financeiros e queda da demanda interna.

Empregos

A desaceleração do crescimento econômico da região durante o primeiro semestre resultou em menos demanda do mercado de trabalho, em especial uma menor criação de empregos assalariados.

Mas a Cepal nota que o menor dinamismo na geração de empregos não significou um aumento do desemprego. Entre janeiro e junho, houve inversão da forte participação laboral obtida ano passado.

O levantamento analisou 10 países da região e em média, a taxa de desemprego urbano passou de 6,7% no primeiro período de 2012 a 6,6% nos primeiros seis meses deste ano.

Salários

Segundo a Cepal, foi registrado aumento do desemprego na Argentina, na Jamaica, no México e no Uruguai. Por outro lado, manteve-se a redução das brechas entre homens e mulheres na participação laboral, ocupação e desemprego.

Em relação aos salários, o levantamento nota modesto crescimento na primeira metade deste ano, na comparação com o mesmo período em 2012.

O documento sobre mercado de trabalho na América Latina e Caribe foi produzido em parceria com a Organização Internacional do Trabalho, OIT.

Treinamento

Foram analisadas também as mudanças nos sistemas de formação profissional e de capacitação dos países da região. A Cepal e a OIT notam “desafios em relação a transformações econômicas, produtivas e tecnológicas da região”, devido a demandas mais diversificadas.

Neste contexto, foram realizadas várias inovações de conteúdos, métodos, tecnologias utilizadas e coordenação de treinamento profissional.

A secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena, e a diretora da OIT na América Latina e Caribe, Elizabeth Tinoco, defendem que os “sistemas de treinamento vocacional têm um papel na redução das desigualdades típicas dos mercados de trabalho da região”.

Para as representantes, esse desafio precisa ser levado em conta pelos países do bloco.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley.