Especialista quer criação de Assembleia Parlamentar da ONU
Alfred de Zayas, especialista independente da ONU para promoção da democracia, defende órgão global que dê voz aos cidadãos; ele diz que a composição do Conselho de Segurança é antidemocrática.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.*
O especialista independente das Nações Unidas para promoção da democracia está defendendo a criação da Assembleia Parlamentar da ONU. Segundo Alfred de Zayas, o órgão global teria representantes eleitos “para resolver problemas da democracia, dando voz à opinião pública, incluindo a de cidadãos.”
Ao apresentar seu relatório para a Assembleia Geral, de Zayas apelou aos países que fazem parte da ONU “a garantir uma participação mais igualitária de todos os países do Conselho de Segurança e de outros órgãos.”
Reformas
Para o especialista, “é amplamente reconhecido que a composição do Conselho de Segurança é antidemocrática”. Por isso, ele pede às nações que renovem os esforços para a reforma da ONU, em especial do Conselho de Segurança.
De Zayas acredita que o Conselho precisa refletir melhor “as necessidades e prioridades das gerações atuais e futuras, ao invés da ordem mundial de 1945”.
O especialista independente nota ainda que instituições financeiras como o Banco Mundial, o FMI e a Organização Mundial do Comércio “deveriam ser colocadas sob a autoridade das Nações Unidas e subordinadas aos princípios da Carta da ONU”.
Prestação de Contas
Os três órgãos são considerados agências especializadas e segundo de Zayas, “trabalham sem a transparência e prestação de contas necessárias”.
Por essas razões, o especialista acredita que uma Assembleia Parlamentar da ONU poderia fortalecer as instituições com uma legitimidade democrática sem precedentes, com transparência e responsabilidade.
Ao apresentar seu relatório, Alfred de Zayas explicou que um órgão do tipo poderia ser criado por votação na Assembleia Geral ou por meio de um novo tratado internacional de governos e apoiado pela ONU.
Segundo o especialista, a Assembleia Parlamentar representaria cidadãos e países e com isso, “as decisões globais teriam mais legitimidade.”
*Apresentação: Edgard Júnior.