Unesco aprova pacote de emergência para proteger herança cultural do Mali
Iniciativa, de dois anos, irá avaliar o estado do património intangível do país africano; assistência de mais de US$ 307 mil irá começar pelas regiões do norte do país, mais afetadas pelo conflito armado.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, anunciou uma assistência para o património intangível do Mali.
O conflito armado que afeta o país tem impacto sobre a herança cultural maliana principalmente nas áreas do norte da nação africana.
Radicais Islâmicos
A decisão foi divulgada na sede da Unesco, em Paris, pelo Escritório do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Intangível.
O projeto deve avaliar o conhecimento e as práticas associadas à natureza, às tradições orais, canções, rituais e outras manifestações culturais do Mali.
Já no primeiro ano, serão atendidas as regiões de Gao, Timbuktu e Kidal. O norte do Mali foi ocupado por radicais islâmicos após o início de combates em janeiro do ano passado entre tropas do governo e os rebeldes Tuaregue.
França
Devido à violência, centenas de milhares de pessoas foram forçadas a fugir das suas casas, o que levou o governo maliano a pedir assistência à França para conter o avanço de grupos extremistas.
O projeto da Unesco inclui seminários para reforçar técnicas de inventário e gestão do património cultural. Além disso, duas peças de teatro, um programa de rádio e um documentário serão produzidos. O objetivo é consciencializar a opinião pública sobre a importância da herança maliana.
Comunidades
A Unesco quer que o Mali também conte com a ajuda da Missão da ONU no país, Minusma, para promover a participação das comunidades do país.
A Missão, estabelecida em abril pelo Conselho de Segurança, apoia a reconstrução do Mali após o conflito, além da transição para a estabilidade e a governação democrática.
*Apresentação: Eleutério Guevane.